Entre... as ruas de Londres | Inglaterra | British Library & British Museum


Depois de ter andado à deriva beira-rio, novo dia, mais uma moedinha, mais uma voltinha, bora lá?
Escolhi de propósito ficar no beliche superior, com a claraboia por cima, pois um dos meus maiores receios quando estou a viajar é adormecer e desperdiçar horas, então queria que a luz me despertasse, sempre é melhor do que ser acordada pelo despertador, despertador esse que eu meto a repetir de 10 em 10 minutos durante uma hora, não vá dar-se o caso de não ouvir à primeira... para incomodar o mínimo possível, durmo com o telemóvel debaixo da almofada, para abafar o som, e assim a vibração dá uma massagem ao pescoço e tudo. 
Depois dos primeiros momentos, ao despertar, pensar tipo: "porra, onde estou? Que gente é esta? Que sítio é este?" lá me lembro, voltam todas as energias e estou pronta para começar um novo dia, uma nova aventura! Quando vou viajar, se não tiver hora matinal para apanhar o avião, levanto-me sempre às 07:00 e dou início ao dia.

Acredito que quem não esteja habituado a este tipo de alojamentos vá achar muito estranho, a falta de privacidade é grande, e há sempre pessoas a entrar e a sair, há quase sempre algum barulho, ruído de fundo, por vezes acordam-me, mas ando sempre tão cansada dos passeios que rapidamente volto a adormecer.

Mas não recomendo este tipo de alojamento para qualquer pessoa, vai depender do à vontade e senso de privacidade de cada um. A mim se me dessem a escolher, pelo mesmo preço, entre ficar no meio do pessoal ou num quarto sozinha, escolheria ficar sozinha, sem dúvida, pela privacidade, mas para os mais novos, a variedade de convivência e a possibilidade de fazer novas amizades, estes são os sítios ideais, até mesmo eu, que comecei a viajar com 30 anos, já tive boas experiências de confraternização com pessoal muito simpático, mais novos e mais velhos que eu.
Os meus equipamentos elétricos a recarregar....


Uma espécie de "cofre" extra, além do cacifo, também com a possibilidade de se fechar a cadeado, por cima da cama.
Basicamente é só isto o que levava na mochila, mais uma camisa de ganga caso a dada altura fosse estar frio.
Os talões de algumas das minhas refeições, sendo que vou sempre a contar com um plafon de 5€ para almoço e outros 5€ para o jantar.
Na minha estadia estava incluído o pequeno almoço, gosto muito do serviço buffet, se tiver manteiga, pão e fruta já fico contente.
Como ainda era muito cedo e estava tudo fechado, ainda nem 08:00 eram, decidi apanhar o primeiro autocarro que aparecesse, e deixar-me ir.
Bué cansada, mas feliz.

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O cartão da pousada e o Oyster que ainda tinha a validade para algumas horas, se bem que depois fui recarregar com mais uma diária, pois a cidade é descomunal para tentar fazer a pé, e já me tinha chegado andar tantas horas à deriva no dia anterior...
O meu roteiro pessoal, ainda adoro ter tudo em papel, estes roteiros fui eu que fiz, no word...
Acabei por vir parar aqui a este subúrbio, Asteys Row Rock Garden. Londres já é jardim atrás de jardim atrás de jardim, mas aqui andei literalmente perdida entre jardins, foi um passeio lindíssimo!
As casinhas, como sempre imaginei....
Mais um jardim... Canonbury Square & Gardens, nirvana... (♥♥,)
É uma pena o telemóvel ter pouca definição... estavam aqui patos, cágados, muitos peixes e outras criaturas mais misteriosas....
Como os cãezinhos vieram ter comigo para brincar, fui abordada pela dona, que meteu dois dedos de conversa comigo, serviu para eu praticar mais um bocadinho o meu inglês...
Amei este passeio, foi um daqueles momentos em que parece que nos tiram o peso todo dos ombros, em que a nossa alma foi filtrada.... uma sensação de paz que só consigo obter a viajar...
Lá me meti novamente a caminho, pois tinha de cumprir os dois maiores objetivos da minha vista: visitar a British Library e o British Museum! Especialmente a exposição Egípcia, um sonho meu desde há muito.
Apanhei um autocarro ao calhas e durante a viagem, quando fui a ver, uma das paragens era mesmo onde eu queria sair! ☜(*▽*)☞ 
Adoro mercados, e adoro ver os preços do pão, fruta e legumes noutros países...
Então, meti-me às voltinhas, até encontrar a entrada da British Library, como podem ver, estava mesmo ao meu lado, só faltava dar com a entrada.
Tem algumas entradas, mas a que eu queria era esta! ≧✯◡✯≦✌
Para entrar na biblioteca, parecia que estava a passar pela segurança do aeroporto novamente.... revistara-me com o detetor de metais e abriram a minha mochila para a inspecionar... ≧=ʘ‿ʘ=≦
A primeira coisa que faço quando vou visitar as bibliotecas, é ir às informações pedir autorização para tirar fotos, falo um pouco do meu blog, deixo lá o meu cartão e quem sabe até ganho logo novos seguidores internacionais ... ᕙ(^▿^-ᕙ)
Já o tinha visto na net, fiquei encantada por o ter à minha frente.... 
Aqui foi o único lugar onde, infelizmente, não pude tirar fotos... o que há aqui? Um mundo de maravilhas ≧❂◡❂≦ estão aqui alguns dos mais fascinantes e importantes livros e documentos do mundo, tais como: manuscritos de músicas dos Beatles e livros de Jane Austen, primeiras edições de livros de Shakespeare, documentos históricos assinados por reis, papas, ...,  a Bíblia de Gutenberg (1455), partituras de Handel - compositor de “Hallelujah” - rascunhos de Leonardo da Vinci, - eu estive entre manuscritos do Da Vinci e de Shakespeare, estive lá mesmo no meio dos dois, literalmente! ♥+♥

Tinha uns manuscritos de um do meu lado direito, do outro no meu lado esquerdo, e eu estive literalmente, de pé, no meio de manuscritos de ambos, lado a lado, duas das personagens histórias que mais adoro e admiro no mundo! Ali, debaixo das minhas mãos - que estavam por cima de vidro protetor, claro- ... E não pude tirar foto!  (╥﹏╥)

E muitos outros. Sai dali como que apaixonada.... e mais: a British Library abriga duas das quatro cópias originais da Magna Carta, assinada em 1215, que é um dos documentos mais importantes do mundo... E está ali... grátis para qualquer pessoa poder visitar!
Não podia faltar a minha visita ao WC, óbvio. Tudo impecável e moderno.
Entretanto já vi copos destes por cá, mas esta foi a minha estreia com estes copinhos que só tinha visto em séries. São em forma de triângulo para não os deixarem pousados por ai. Pelo menos foi o que me disseram... mas não me parece que funcione, infelizmente...
Fiquei muito emocionada ao ver a Enigma, depois de ver o filme "O Jogo da Imitação", que irei opinar aqui no blog - até já devia de estar, mas pronto - senti grande afinidade e respeito por esta pequena grande máquina.
No entanto, há certas salas onde só se entra com autorização pedida com antecedência e marcação, e outras partes - especialmente as salas com livros para consulta e requisitar - só para quem tem o cartão da biblioteca.
Parece decoração, mas não é... mais à frente já vos revelo o que é esta parede infinita de livros, a King’s Library Tower.
King’s Library Tower... mais informações em seguida....
As bibliotecas, também cá em Portugal, mas noto muito mais no estrangeiro, são autênticos museus, com tesouros inacreditáveis, e o melhor de tudo: estão no meio de livros, e lembrem-se: as visitas são grátis!
Ora bem, a explicação prometida: «King’s Library Tower. Quando George III se tornou rei em 1760, herdou uma incrível biblioteca do seu pai, George II. O rei começou a juntar uma coleção de obras ainda maior, para juntar à que herdou, com diversos manuscritos e raridades, que atingiu cerca de 65 mil livros. Quando morreu, em 1820, George IV doou a biblioteca ao país e ordenou que a coleção ficasse separada de qualquer outro acervo, por ser uma das coleções mais importantes de livros e panfletos da Era do Iluminismo. 

A coleção ficou alojada na “Galeria do Iluminismo” do British Museum entre 1827 e 1997. A partir da década de 1970, o acervo começou a transferido para a recém criada British Library. A coleção está agora alojada na King’s Library Tower, uma estrutura de vidro e bronze de seis andares no hall de entrada da British Library. - viajonários»
Soube que num dos andares havia uma exposição sobre como faziam livros na época medieval, e lá fui eu, toda contente! Aprendi bastante.
E assim terminou o meu passeio... Ainda foram um par de horas lá dentro, e quem me dera ter ficado mais, mas tinha uma exposição egípcia para ir ver!

Por volta desta altura, ainda nem estava em Londres à 24h, já estava a ficar mestre nos transportes públicos londrinos v(*.*)^ E lembrem-se: fiz tudo sem gps, sem google maps, tudo só com os mapas em papel e perguntando aqui e ali 
Consegui lá chegar!
Mais revistas às mochilas e detetores de metais....
Acho que se nota um bocadinho que tenho os olhos um pouco vermelhos, pois mal entrei por aquela porta, emocionei-me como poucas vezes acontece, até me chegaram a cair um par de lágrimas, e garanto que tal não é fácil... mas emocionei-me mesmo.... ♥ Foi um sonho realizado, e foi magnífico!
Ainda me lembro da emoção, da sensação de ter o coração cheio, de me sentir realizada... top 5 das grandes paixões da minha vida: egiptologia! Com um misto de assombro e culpa - pois estes artefatos deviam ser devolvidos ao Egipto - mas se assim fosse provavelmente nunca teria tido possibilidade de os ver... 
No entanto, podiam ser emprestados pelo governo egípcio ao invés de terem sido exportados da forma como foram, mas isso é uma temática que naquele momento deixei um pouco para trás, limitei-me a sentir-me profundamente deslumbrada, completa...
Há aqui artefactos tão pequeninos, metade da unha do meu dedo mindinho... no entanto, os detalhes são tão precisos, tão maravilhosamente entalhados e trabalhados, parece magia!
Já sabem que eu amo caveiras, né? Ver verdadeiras, e múmias, e história, e arqueologia, Egipto!!!! ≧✯◡✯≦ Aqui estava no paraíso, e espero poder lá voltar!
Muito me custou não ver o resto do museu, mas só nesta parte egípcia passei horas, e já só tinha uma tarde antes de ir embora. Ainda tentei ver o máximo possível antes de sair.
Para ver o museu todo, seriam precisos à vontade uns 3 dias inteiros lá dentro...
O que fui encontrar!!! (♥.♥)

«A Pedra de Roseta é um fragmento de uma estela de granodiorito erigida no Egito Ptolemaico, cujo texto foi crucial para a compreensão moderna dos hieróglifos egípcios e deu início a um novo ramo do conhecimento, a egiptologia.  Dimensões: 1,14 m x 72 cm x 27 cm. Localização: Museu Britânico (desde 1802). Wikipédia»
Depois disto, vão ver, na continuação das minhas viagens, em como parece que algo egípcio vem sempre ter comigo... já em Roma me tinha cruzado com os obeliscos... (♥♥,)
Foi uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida, espero poder lá voltar, com tempo para poder explorar este magnífico museu, que para mim - e acreditem, já fui a tantos - é melhor de todos!


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