Opinião Filme: Romeu e Julieta

Título original: Romeo + Juliet | De: Baz Luhrmann | Com: Claire Danes, Dash Mihok, Edwina Moore, Leonardo DiCaprio | Género: Drama | EUA, 1996, 120 min.
SINOPSE: De certeza que quando Shakespeare imaginou a doce Julieta à espera do seu belo Romeu não inclui no cenário arranha-céus, "punks" ou "drag-queens". Mas é exactamente isso que o espera este "Romeu e Julieta", de Baz Luhrmann. Junte-se a esta miscelânea uma banda sonora composta por Garbage, Gavin Friday, Butthole Surfers, The Cardigans, Radiohead, The Wannadies e Des'ree, tempere-se com “kitch” q.b. e tem-se o resultado: um filme caótico que revisita a rivalidade entre as famílias Montague e Capuleto. Baz Luhrmann assina esta adaptação moderna, frenética e altamente estilizada da obra original de William Shakespeare, onde o realizador tem a audácia de conservar o texto original reproduzido na perfeição por bons intérpretes entre os quais se destacam Leonard DiCaprio e Claire Danes a encarnarem os papéis dos eternos enamorados.


A imensidão de amor que eu tenho no meu coração pela obra «Romeu e Julieta» de William Shakespeare só eu sei, o motivo pelo qual sinto esse amor é que desconheço... quem já tiver tido a sorte de ter uma música, um livro, uma série, um filme, um quadro, um local, uma obra de arte que lhe desperte tamanhas emoções incompreensíveis, como se tivesse sido criada para nós especialmente, como se nos transmitisse algo directamente, como se estivesse a expor a nossa essência ali mesmo, à nossa frente, ... saberá o que é ter este sentimento de pertença...

Já li várias versões da obra, já vi imensas versões de filmes (até a preto e branco), versões lindíssimas, como já comentei aqui, aqui e aqui, aqui ou aqui, por exemplo. Quem me conhece sabe que se há coisa que eu não aprecio, é lamechice, e há quem considere esta história um pináculo de lamechice, .... talvez... eu considero uma das histórias de amor mais bonitas jamais retratadas, e mesmo esta minha rara vertente de lamechismo foca-se num romance carregado de dor, drama, violência e morte, portanto...

TRAILER

Este filme, uma adaptação puramente eletrizante do realizador Baz Luhrmann, é a minha preferida de todas a nível cinematográfico. É tremendamente original, a banda sonora, a crítica social medieval retratada no contemporâneo, as luzes, cores, sons, os actores, a forma brutal como conseguiram captar a essência Shakespeariana para os dias de hoje, as drogas, violência, gangs, a diversidade racial e cultural, o jogo de palavras incrível, como por exemplo: dar o nome de "Sword" e "Long-Sword" às pistolas, como se fosse a marca da arma, para que o diálogo se mantivesse fiel ao original, como na altura de puxarem das suas "espadas/swords", e não haja dúvida de que o realizador não só honrou a história como manteve o diálogo original da obra com uma lealdade absolutamente digna em todo o filme, a forma como conseguiu transpor esta história medieval para os nossos tempos de forma tão fiel e carregada de emoção é fascinante, deslumbrante, de fazer acelerar o coração...

Nunca fui fã do Leonard DiCaprio, e eu vi este filme por volta dos meus 10 anos, sempre houve uma grande loucura feminina à minha volta em relação a este actor, a mim, nunca me cativou... quanto a mim, vai-se lá saber porquê, a única panca romântica que tive neste filme foi pelo Benvólio (Dash Mihok)! Já vi este filme tantas vezes ao longo dos anos, que sei muitas das falas de cor, com o ritmo certo e exacto com que são ditas, conheço as músicas todas, tudo o que vai acontecer, posso estar só a ouvir o filme e as cenas passam-me na cabeça com os detalhes todos, ... e apesar de eu não ser fã, o Leonardo honrou o papel de Romeu neste filme, dou-lhe todo o mérito! Fiquei foi fã da Claire Danes, que para mim é a actriz que melhor encarnou Julieta no cinema.

Este é um dos meus filmes preferidos de sempre!


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