Opinião: Quem é Amado Nunca Morre | Victoria Hislop

SINOPSE: Atenas, abril de 1941. Tendo resistido a uma primeira tentativa de invasão, a Grécia é ocupada pelas potências do Eixo. Após décadas de incerteza, o país encontra-se dividido entre a direita e a esquerda políticas. Themis, então com quinze anos, vem de uma família separada por essas diferenças ideológicas. A ocupação nazi não só aprofunda a discórdia entre aqueles que a rapariga ama, como reduz a Grécia à miséria. É impossível ficar indiferente: na fome que se seguiu à ocupação, e que lhe levou os amigos, os atos de resistência são quase um imperativo moral para ela.
Porém, o sucesso de um dos movimentos de resistência mais eficaz na europa ocupada volta-se contra o próprio e, com o fim da ocupação, advém a guerra civil. Themis junta-se ao exército comunista, onde experimenta os extremos do amor e do ódio. Quando por fim é presa nas ilhas do exílio, encontra outra mulher cuja vida se entrelaçará com a sua de maneiras que nenhuma delas poderia antecipar, e descobre que deve pesar os seus princípios contra o desejo de viver.
Um romance poderoso, que lança luz sobre a complexidade e o trauma do passado da Grécia, a partir da vida extraordinária de uma mulher comum.


Esta foi a minha estreia com esta autora, e fiquei verdadeiramente encantada... estou cada vez mais fascinada com histórias de vida, inspiradas em factos verídicos, de diversos tipos de pessoas que passaram pela Segunda Guerra Mundial em diversos países do mundo, e não só nos países mais conhecidos e mais falados, mas naqueles de que pouco se fala, tal como este livro e este, gosto especialmente de ler sobre os países que foram ocupados pelos nazis e pelo povo que se uniu à resistência com o risco da própria vida.

Neste caso é a história dos gregos na segunda guerra mundial e no pós-guerra na Grécia, e também as guerras civis que se seguiram... há aqui algumas partes que me fizeram lembrar este livro, pois ambas as histórias se interligam de forma indirecta num certo ponto, mais especificamente na «ditadura dos coronéis».

Este livro também é uma brutal exposição do comunismo e do fascismo, e a forma como a política que poderia ser usada para o bem da humanidade, normalmente é usada para o mal, para o abuso de poder, para a corrupção... criando estas guerras, mal-estar social e muitas crises e dramas familiares, entre amigos e conhecidos, e de drama familiar está esta história repleta, muito, muito, muito, muito drama, especialmente drama familiar.

Fiquei tão embrenhada na história que até sonhei com o que li, apeguei-me a algumas personagens e senti como se lá estivesse com eles... era para ter ido à Grécia pela primeira vez este ano, precisamente a Atenas, realizando assim um grande sonho meu, mas deu-se a actual crise pandémica e ficou mais uma vez a minha ida em suspenso, mas pelo menos durante esta leitura senti que estava finalmente lá. É incrível como a autora consegue captar a essência do povo grego e as paisagens envolventes...

Além de tudo, a personagem principal é uma mulher cheia de coragem e determinação, rebelde para os tempos em que vive, tanto que além de se juntar à resistência acaba por se tornar uma soldado comunista e faz coisas chocantes em nome do seu patriotismo fantástico,... fascinante! É muito raro eu fazer esta comparação, para mim é o maior elogio que eu posso fazer, mas tem todo o mérito: quem gosta de Lesley Pearse - a minha autora preferida, rainha do drama histórico e das personagens femininas fascinantes - vai adorar deste livro!

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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