Opinião: O Livro Partilhado | Phaedra Patrick

Nunca é demasiado tarde para começar um novo capítulo…

SINOPSE: Liv Green adora perder-se num bom livro. Mas a sua realidade quotidiana é muito menos romântica, limpando casas a pessoas que mal a deixam ver a luz do dia. É por isso que, quando consegue um emprego como empregada doméstica da sua heroína pessoal e autora de mega bestsellers, Essie Starling, não acredita na sua sorte.

Porém, Essie morre inesperadamente, Liv depara-se com um último desejo que muda a sua vida: completar o último romance de Essie. Para o fazer, Liv, avessa a mudanças, terá de se afastar dos mundos fictícios que tem na cabeça e vestir a pele de Essie. Quando começa a escrever, descobre uma ligação surpreendente entre as duas mulheres - e um segredo que transformará a vida de Liv para sempre...

ADOREI A Incrível Viagem de Arthur Pepper, por isso foi com altas expectativas que iniciei este novo livro da autora Phaedra Patrick. Mas infelizmente, as expectativas foram defraudadas.

Não consegui sentir simpatia com nenhuma das personagens. Achei-as todas, sem excepção, demasiado choninhas. Todo o ambiente é um agonizantemente mar de mimimis, sendo o enredo extremamente previsível e em certas partes até algo forçado.

O completo oposto d´A Incrível Viagem de Arthur Pepper.

No entanto, é uma leitura fácil, simples, que se lê rápido, com alguns desenvolvimentos interessantes, mas sem grandes percalços. Continuei a leitura apenas por curiosidade pelo desfecho, mas o que me manteve mesmo agarrada ao livro foi, apesar de tudo, o facto de ser um livro sobre livros.

E está bem presente esse amor aos livros e o ambiente literário que eu tanto gosto.

Gostei da viagem que a Liv faz, com destino a um evento livrólico, de resto: o drama familiar, o suposto grande mistério, as revelações finais, não acrescentaram nada de inédito ao mundo literário. Até mesmo a questão de Liv, a personagem principal, ter como profissão ser empregada doméstica, devido às circunstâncias da vida, com as dificuldades e humilhações que a isso está associado, é uma realidade já explorada, por exemplo, no livro: A guardiã de histórias de Sally Page.

É um drama cómico que tinha potencial para muito mais, mas deixa a desejar.

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