Opinião: O Rapaz e o Pombo | Cristina Norton

SINOPSE: A história, passada entre os anos 1930 e 1958, gira à volta de três personagens. A principal é um rapaz judeu, que descobre o ódio, o desalento, a ternura e o amor à vida. As personagens à volta dele representam todas as pessoas que passaram por uma das maiores injustiças de todos os tempos. Cristina Norton sentiu também que tinha o dever de escrever e denunciar o que por vergonha as mulheres que haviam sido obrigadas a prostituir-se nos campos de concentração não ousavam contar.

Narrativa fabulosa e cinematográfica, quando penso que não consigo ficar chocada com mais nada sobre o holocausto - depois de todos os livros que li e documentários que vi - aparece um livro que me dá uma facada no coração, várias até, como é o caso deste livro.

Uma escrita profunda e intimista. Introspetiva, baseada em factos reais. Ao ler, senti-me como se estivesse num comboio a alta velocidade, em que só queria que parasse, para sair na próxima paragem, mas o comboio não pára. Não pára e somos atingidos com toda a força do impacto da narrativa dos acontecimentos, com a desgraça das personagens com as quais vamos ganhando afinidade e dói tanto acompanhar o seu sofrimento...




Aprendi imenso com esta leitura, muitos pormenores que não encontrei noutras leituras do género. Há uma referência sobre os judeus que escaparam para Lisboa, para cá apanharem barcos para fugirem para outros países que os acolhiam - pois Salazar não os acolhia, nem ajudava de forma alguma, para manter a neutralidade. Essa parte específica da história está muito bem explorada no livro da «Praça do Rossio, N.º 59» de Jeannine Johnson-Maia, um excelente complemento para este livro de Cristina Norton.

Famílias inteiras destruídas, gerações perdidas, a humanidade no seu pior. O final foi um murro no estômago que me chocou profundamente.

Honesto. Profundo. Arrebatador.
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