Entre.... as ruas das Caldas da Rainha | Da Praça da Fruta ao Terminal Rodoviário

Visita a 06 de Outubro de 2018

Já leram a primeira parte deste meio passeio pelas ruas das Caldas da Rainha? Vamos então à segunda parte.

↪ Esta publicação está elaborada de forma a que: primeiro mostro a foto, e imediatamente abaixo faço os meus comentários, apresentações ou elaboro algum texto relacionado com a foto. A forma de ler esta publicação (e todas as minhas outras do blog) é: Foto - Texto - Foto - Texto, ... Podem clicar em cima das fotos para as verem maiores, com mais detalhe ↩


Andava eu já um pouco perdida pelas ruas das Caldas, quando fui dar com um mercado. Eu ADORO mercados, adoro a autenticidade, os cheiros, as cores, as pessoas, as conversas, e é nos mercados que apanhamos as pronúncias todas típicas da cidade onde o mercado se localiza, seja em que país for, é o que acontece, e eu adoro!

Também adoro o facto de podermos comer o típico das terras nos mercados, o que é uma excelente alternativa lowcost para mochileiros, como eu, uma alternativa tradicional, variada e até saudável!

Encontra-se sempre grande variedade de alimentos, fruta, muita fruta, vegetais, carnes, peixes, doçaria, bebidas, ... Um mercado deixa-nos sempre bem servidos, de alguma forma, e os mercados são o meu "restaurante" preferido nas minhas viagens...

E sabem uma característica maravilhosa deste mercado? Abre todos os dias!!!

Diariamente das 7h às 15h
Sábados das 7h às 16h
Encerra apenas dia 1 de janeiro e 25 de dezembro


A Praça da Fruta: Conta a lenda que a Praça do Rossio foi oferecida pela própria Rainha Dona Leonor aos Produtores Agrícolas da Região para aí venderem os seus produtos.
Apesar de não existirem registos históricos de tal oferenda, a verdade é que o Mercado de Rua Caldense, comumente denominado Praça da Fruta, funciona até aos dias de hoje no local primitivo onde iniciou a sua atividade durante o século XV. Todos os dias da semana as bancas coloridas são montadas, dando lugar ao único Mercado Diário ao Ar Livre em Portugal. Apesar de os hábitos dos produtores e vendedores se terem mantido durante seis séculos, muitas são as histórias que há para contar sobre o local que inicialmente se denominava de Rossio da Vila.
É sabido que o pólo atrativo inicial da Cidade de Caldas da Rainha foi o Hospital Termal de Nossa Senhora do Pópulo, mandado edificar pela Rainha Dona Leonor no ano de 1485. Para este lugar, doentes e banhistas de todo o País e Europa se veem dirigindo durante séculos para usufruir dos poderes medicinais das águas termais. Contudo, desde cedo o comércio desenvolvido no Rossio da Vila atraía a si produtores das zonas circundantes para venderem os seus produtos:” Tornando-se o centro de uma região agrária em crescimento, com bons campos para produções diversas, desde vinho, azeite e cereais até à preparação de lanifícios e ao arroteamento de terras para o cultivo dos mais variados produtos. Era também encontro de oleiros que ali se dirigiam para vender as suas peças de utilização doméstica “ (in Terras de Água, pág. 70) In: pracadafruta.pt




A Dinâmica: O dinamismo desta zona leva a que no ano de 1750 aí seja construído o primeiro edifício destinado ao “Passo do Concelho, Câmara, Cadeia e Assougues” fora do Hospital Termal, onde a Câmara Municipal vinha desenvolvido funções até então. Este novo espaço destinado às funções municipais foi mandado edificar pela Esposa de D. João Quinto, Rainha Dona Maria Ana. O novo edifício da Câmara Municipal marca efetivamente a separação física da municipalidade em relação ao Hospital Termal e reforça a importância regional do Mercado de Caldas da Rainha. Por esta altura já o Mercado Caldense, vulgo Praça da Fruta, se destacava por ser um pólo regional atrativo de produtores e compradores, sendo grande a abundância de géneros aí comercializados. A denominação de Rossio da Vila foi mantida até ao ano de 1887 quando lhe foi atribuído o nome de Praça Maria Pia.
Por esta altura, no ano de 1880 a Câmara Municipal inicia um vasto programa de obras municipais destinadas a ampliar a rede de esgotos e embelezar o Rossio. Assim, é construído o tabuleiro central com ondulados de basalto negro sobre fundo branco, identidade arquitetónica caldense, inaugurada no ano de 1883 e símbolo de um embelezamento progressivo da cidade, que lentamente prosperava com a vinda dos banhistas. Segundo historiadores caldenses, para além de dar lugar a um grande foco de comércio local, a Praça Maria Pia congrega nos seus edifícios as tendências da arquitetura urbana de Caldas da Rainha, desde as suas primeiras manifestações românticas. In: pracadafruta.pt


A cerâmica: A utilização da cerâmica local está também presente na Praça, na decoração das fachadas das lojas com revestimentos cerâmicos, que denunciam a influência da Arte Nova e constituem o cenário romântico onde diariamente é montado o Mercado. Com a Implantação da República a Praça Maria Pia passa a ser denominada Praça da República mantendo a mesma atividade e afluência de gentes, tendo sido recentemente recuperada pela Câmara Municipal com obras de embelezamento finalizadas a 10 de novembro de 2014.
O dinamismo da Praça da Fruta perdura até aos nossos dias simbolizando as múltiplas funções que os Mercados proporcionam às economias urbanas, constituindo-se como ponto de encontro da economia camponesa com o ciclo dos preços e o estímulo monetário, sendo um local para a circulação de mercadorias bem como de informações. Como nos dizem os Autores de Terra de Águas – Caldas da Rainha História e Cultura: “No mercado se trocam “novidades”, se combinam negócios, se discutem alianças, se aprazam casamentos.” (pág.382)
Diariamente, nas Caldas da Rainha, desde do século XV perante um cenário de edifícios Românticos e o colorido das Frutas e Vegetais da época.
 In: pracadafruta.pt




















Ao ver a hora de apanhar o autocarro a aproximar-se, comecei a tomar atenção às indicações...










Mercado do peixe. Não tive tempo para lá entrar, fica para uma próxima





Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha: O Centro Cultural e de Congressos Caldas da Rainha ou mais simplesmente CCC, é um espaço na cidade de Caldas da Rainha, destinado às actividades culturais e à realização de congressos.
Impressionante pelas suas linhas arrojadas e arquitectura vanguardista, conquista definitivamente o publico amante de todo o tipo de Cultura, através da programação cultural que tem sabido trazer, dentro dos limites condicionantes Sócio-Económicos, os melhores espectáculos e artistas de Portugal e do Mundo até ao Oeste.
A qualidade arquitectónica, aliada às mais avançadas soluções tecnológicas, cria uma conjugação de espaços perfeitos para as mais diversas manifestações não só artísticas mas também empresariais Nacionais e Internacionais. IN ccc.com.pt



Aqui chegada, eu já não sabia qual o sentido para voltar ao terminal... Não me parecia ser no sentido do CCC, mas já não me lembrava qual rua era... Então, vinha um senhor a descer, e já agora, deixem-me dizer que das pessoas que fui falando nas caldas, foi tudo pessoal muito simpático, e o senhor disse que a estação era precisamente ali em baixo! Ou seja, mesmo "perdida" lá me orientei bastante bem, pois fui parar ao que eu sentia ser o sítio certo, mas fui parar mais a cima, como eu não tinha estado tão acima não estava a reconhecer o sítio, mas fui parar à rua certa, e sem indicações prévias! Limitei-me a seguir os sinais...
YEY para mim!






E lá cheguei! E ainda com tempo antes do autocarro chegar!!

Como ainda não tinha comido o pequeno almoço, pois não levava trocos para comprar alguma coisa na Praça da Fruta (uma distracção minha, pois uma dica muito prática de viajar é andar sempre com uns trocos, para qualquer eventualidade onde os cartões não sejam aceites), entrei na "Capristanos" e pedi aos colaboradores para me recomendarem um bolo. 



Este foi o recomendado, mas já não me lembro do nome dele, se vocês souberem digam-me ai nos comentários, outro lapso meu, eu normalmente tenho sempre um bloco e caneta à mão para apontar estas informações, mas neste caso não tive vontade de estar a abrir a mala para tirar o bloco, e pensei que, quando me sentasse no autocarro me lembraria, mas não me lembrei... :P


É um café muito bonito...




Depois, pus-me a admirar os azulejos que enfeitam a estação, lá dentro...













O problema desta sala de espera, é o facto de, ao estar mesmo ao lado das portas automáticas, e em frente ser um túnel sem porta nenhuma, é uma corrente de ar que para aqui vai que eu sai logo, e preferi sentar-me lá fora...






Parecia-me que ia ser um bolo rijo, ou tipo folhado, mas não... A massa é tipo pão doce, e falando em doce, este é um doce mesmo, mesmo, mesmo doce, do chocolate à massa, é tão doce que quase me arrepiou os dentes... é delicioso, mas é mesmo doce!


E pronto, faltavam ainda uns cinco minutos para o autocarro chegar, então sentei-me a ler mais um bocadinho, a comer, ansiosa por chegar a Óbidos e conhecer, finalmente, a Vila Literária que tanto ouvi falar...

Gostaram deste meio passeio? :)

Em breve aqui no blog, a minha visita ao FOLIO e entre as ruas de Óbidos...

Comentários

  1. Mais uma excelente descrição do passeio. Adoro saber e descobrir coisas sobre as localidades (neste momento, ando a fazer umas pesquisas sobre umas ruínas aqui na minha zona). Quanto ao doce, não sei o nome :(

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    1. Ah, tens de me falar dessas ruínas! :D
      Eu hei-de acabar por descobrir o nome do bolo, acho que tenho nestas minhas milhares de fotos uma foto numa pastelaria em Óbidos que tem o nome à frente, mas agora falta dar com ela, se é que efectivamente tirei a foto, pois a maior parte das fotos eu tiro sem olhar para a câmara, pois assim também capto pormenores que a mim me escapam e descubro depois a rever as fotos, e só foco mesmo aqueles pormenores que acho fantásticos =P

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  2. O bolo é o pampilho, só que esse é com recheio de chocolate. O tradicional é com doce de ovo por dentro e na minha opinião bem melhor.
    Fizeste um retrato muito justo e interessante da vidade onde nasci e onde vivo desde sempre. Os Capristanos é o café mais antigo da cidade tirando o Central, que fica ao pé da Praça da Fruta. E o terminal rodoviário foi requalificado há pouco tempo - antes estava horrível!
    Ficou só para conhecer o que para mim é o melhor da cidade - o Parque D. Carlos. Fica para uma próxima!
    Beijinhos

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    1. É isso mesmo, o pampilho! :D

      Obrigada "miúda geek", por me ter recordado e pelas palavras, fico muito feliz por ter feito jus à tua cidade, e depois do que descobri quando andei a pesquisar sobre a história e vi tudo o que tem para oferecer, hei-de tirar um dia para dedicar às Caldas e visitar tudo quanto conseguir, especialmente esse jardim (e claro, a biblioteca!) =P

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  3. Adorei o mercado! Quero tanto visitar :-)

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  4. Yey para ti!
    Gostei tanto deste mercado ao ar livre!
    Adoro mercados, apetece-me trazer de tudo um pouco, são os cheiros, sabores, cores, a troca de conhecimentos com outras pessoas, é fabuloso. ;)

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    1. Isso mesmo! Eu sempre que posso também trago um pouquinho disto e daquilo, para poder provar um pouco de tudo! Até tenho uma história gira sobre isso em Itália, para o post que está à espera para ser escrito e publicado =P

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  5. Que bom é ter um mercado assim ao pé de casa.

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    1. Acredito bem que seja, eu adoraria ter, se tivesse, ainda mais este que há todos os dias, seria lá que faria a maior parte das minhas compras alimentares, sem dúvida :)

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  6. Respostas
    1. ... e de legumes, vegetais, produtos artesanais, e flores, ... :)

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  7. As Caldas da Rainha... Fazem parte da minha infância :)
    Adoro o mercado, vivo e com muitas pessoas! Saudades de lá :)

    Beijinhos,
    Sónia Carvalho

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    1. Foi a minha estreia, mas mal posso esperar por tirar um dia para conhecer ainda melhor a cidade (e a biblioteca) ;)

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