Opinião: A Ruiva de Auschwitz - Uma história verídica | Nechama Birnbaum


Lê-se como um romance, mas é uma história real. Um poderoso testemunho de coragem e esperança.
SINOPSE: Rosie sempre ouviu dizer que o seu cabelo ruivo era uma maldição, mas nunca acreditou nisso. Uma jovem cheia de sonhos, não podia imaginar que a sua vida estava prestes a sofrer uma reviravolta tremenda quando, em 1944, é forçada a abandonar a sua casa e enviada para o mais abominável dos lugares: o campo de morte de Auschwitz.

Ao chegar, rapam-lhe o seu lindo cabelo. Cercada pela desesperança, percebe que a única coisa que os nazis não lhe podem tirar é a capacidade de resistência do seu espírito ruivo. Quando todos à sua volta se convencem da iminência da morte, Rosie continua determinada em voltar para casa.

Esta é a história verídica de Rosie, escrita por uma das suas netas.

Quando penso que já li de tudo um pouco sobre a temática Holocausto, aparece mais um livro que me vêm surpreender. Não só por mostrar a dimensão da maldade humana - tão infinita quanto o universo - mas também o é a sua capacidade para lutar por uma vida melhor, ter esperança e resiliência.

É absolutamente incomparável, mas, de vez em quando, quando dou por mim completamente ensanduichada no Fertagus em hora de ponta, esmagada entre tanta gente que não consigo sequer erguer um braço, sendo que não cabe uma folha entre mim e todos os que me estão a comprimir a toda a minha volta, nessas alturas passa-me pelo pensamento o que já li sobre o transporte de judeus em carruagens de comboio de gado, todos apinhados, de pé, sem quaisquer condições, com fome, com sede, com dores, durante horas e horas e por vezes dias e dias, e eu que mal aguento 15 minutos daquele aperto sem me começar a sentir mal...

Quanta miséria e tortura consegue um ser humano aguentar?

Juro que não consigo conceber como é que os sobreviventes aguentaram tanto, mas tanto sofrimento gratuito, desmedido, cruel, desumano, e não só conseguiram sobreviver, como também conseguiram forças para, no meio de um trauma tão profundo, contarem as suas histórias.





Ultrapassa a simples coragem, resiliência, instinto de sobrevivência... é mágico, primordial, indescritível!

Como conseguiram?

Anos e anos de abusos não só contra eles próprios, mas contra os seus entes queridos e contra outros em seu redor. Viver uma realidade em que nada mais há a não ser fome, sede, dor e desespero... e aguantar. Aguentar mantendo a humanidade, sem se transformarem, também eles, em monstros.

Como?

Não sei, mas aqui temos mais uma prova em primeira mão que não só aconteceu - apesar do que pensam os parolos negacionistas - como nos mostra também como se atinge essa capacidade de sobrevivência sobrenatural.

Uma leitura intensa, intimista, fluida, que nos transporta para uma das maiores barbáries humanas alguma vez cometidas contra a nossa própria espécie.

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