Opinião: Paranoia | Lisa Jackson

Nada é de confiança… nem a memória
SINOPSE: Em Edgewater, Oregon, alguns residentes pensam que, vinte anos antes, Rachel Gaston se safou depois de assassinar uma pessoa. Rachel ainda não faz ideia de como um simples jogo de adolescentes se tornou mortal - nem de quem trocou a sua pistola de ar comprimido por uma arma verdadeira. Quando um vulto se aproximou, vindo da escuridão, ela disparou sem pensar. Demasiado tarde, reconheceu o meio-irmão, Luke, e viu sangue a jorrar do seu peito.

Apesar do acompanhamento psicológico, os sonhos horríveis de Rachel sobre aquela noite persistem. a ansiedade levou ao seu divórcio do detetive Cade Ryder, embora também ele se sinta culpado pelo sucedido. Quando a reunião com os colegas do secundário se aproxima, Rachel sente a imaginação a pregar-lhe partidas, convencendo-a de que os objetos em sua casa se deslocaram. Que há perfume desconhecido no ar. Que alguém está a seguir o seu carro.

A observá-la em casa. Tem razão em sentir medo. E à medida que surgem ligações entre uma nova série de homicídios e a morte de Luke, Rachel percebe que não é possível escapar ao passado e que a verdade pode ser mais sombria do que os seus piores medos...

A conotação ligada à palavra "trauma" já é bem pungitiva. Uma pessoa traumatizada não está bem. Uma pessoa traumatizada tende a ser intensa. Uma pessoa traumatizada é socialmente incompreendida. Uma pessoa traumatizada pode - como não? - cair num intrincado labirinto paranoico. 

Mas e quando a paranoia é afinal uma certeza, mas ninguém acredita?

Aqui temos um thriller psicológico altamente viciante, os capítulos vão intercalando entre acontecimentos presentes e memórias do passado, do ponto de vista de diversas personagens, de uma forma bastante intensa e interessante. 




Se bem que neste tipo de narrativas, prefiro quando mencionam o espaço temporal e a personagem no início de cada capítulo, em vez de termos de nos situar nos primeiros parágrafos, algo perdidos, sobre quem e quando está agora a narrativa focada. Então, no início de cada capítulo desta leitura, temos de nos esforçar para tentar perceber a quem aquele capítulo pertence.

Achei desnecessário haver elementos narrativos algo repetitivos, ainda mais tendo em conta que, em vez dessa repetição, o enredo ficaria muito mais rico com explicações mais detalhadas sobre o porquê e como, pois quando finalmente se desvenda os verdadeiros motivos impulsionadores dos acontecimentos, os detalhes são breves e algo insatisfatórios.

No entanto, a vida de diversas personagens está muito bem desenvolvida, o ritmo é acelerado, carregado de suspense e mistério.

O drama familiar é um retrato incrivelmente realista e intenso da vida familiar de um casal divorciado com dois filhos adolescentes - inacreditavelmente exasperantes! - , explora o impacto dos nossos traumas passados e da depressão no dia a dia, nas nossas decisões, nas pessoas que nos rodeiam.

É uma leitura vertiginosa, carregada de drama, suspense e mistério, que li de uma assentada.

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