Opinião: O Livro dos Amigos Perdidos | Lisa Wingate


Uma família separada pela guerra. Uma viagem épica para reunir os desaparecidos.
SINOPSE: Três jovens embarcam numa jornada épica neste romance poderoso e comovente inspirado em acontecimentos verídicos

Luisiana, 1875. No tumultuoso rescaldo da Guerra Civil, três jovens mulheres embarcam relutantemente numa viagem perigosa: Lavinia, a mimada herdeira de uma plantação arruinada; Juneau Jane, a sua ilegítima e livre meia-irmã crioula; e Hannie, a antiga escrava de Lavinia. Divididas pela sociedade, pela lei e por ressentimentos antigos, todas carregam traumas privados e segredos poderosos enquanto se dirigem para o Texas, a terra da esperança, em busca dos familiares desaparecidos. Luisiana, 1987. Para Benedetta, professora primária, um emprego numa escola rural parece a solução para amortizar as suas dívidas - até chegar a uma pequena cidade costeira do rio Mississipi. Augustine, no Luisiana, permanece firme nas suas crenças, suspeitando de novas ideias e de novas pessoas, e Benny dificilmente consegue compreender a vida de pobreza dos seus alunos. Mas entre os carvalhos retorcidos e as plantações degradadas existe uma história centenária de três jovens mulheres, de uma viagem antiga e de um livro escondido que pode transformar as suas vidas.

Fabulosa leitura!

Antes de mais, a narrativa tem uma tal fluidez e estilo cinematográfico, que me fez sentir fisicamente naquela América do passado e a do presente. Vi as paisagens, senti o calor, os cheiros, emocionei-me com as personagens, senti-me parte da história.

Fui transportada para o Texas, para o remoto e misterioso Mississípi, que eu amava visitar - especialmente Nova Orleães, no Halloween, seria o apogeu da minha vida ! - e ainda tem esta componente histórica inspirada em factos reais, acontecimentos marcados a ferro da história americana, tal como é o caso dos folhetos com o nome e descrição de ex-escravos que procuravam os seus familiares, também eles ex-escravos ou ainda escravos, dos quais ao longo das atrozes décadas de escravidão foram brutalmente separados.

Pais que procuram filhos, filhos que procuram os pais, irmãos que se tentam encontrar, netos que procuram os avós, maridos e mulheres separados, ou pura e simplesmente amigos, todos afastados devido à maldita escravatura num país tão vasto que parece não ter fim, que se tentam encontrar num mundo que promete a abolição da escravatura, e que efetivamente a mete em prática, sem arranjar solução para a segregação, para a falta de oportunidades, sem quaisquer ajudas para os ex-escravos.

Limitaram-se a dizer: "agora são livres, desenrasquem-se".






Nesta fusão entre passado e presente, dá para ver como a vida de todos os que já pisaram esta terra antes de nós, influência a nossa própria existência no presente.

Acho inacreditável como a humanidade não aprende com a história, depois de tanta luta nos últimos séculos pelos direitos humanos, ainda há um tão longo caminho pela frente.

Mas também me deu esperança por um mundo melhor, pois existem sempre pessoas à frente no seu tempo, que dão tudo - por vezes até a vida - para tornar o mundo melhor, e todos nós podemos tornar o mundo melhor, nem que seja apenas o mundo à nossa volta.

Uma leitura lindíssima sobre mulheres fortes e perseverantes, sobre a luta por uma vida melhor, novas oportunidades e amizades para a vida.
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