Opinião Filme: A Noite Passada em Soho

Título Original: Last Night in Soho |  Terror | 106 min |  M/16 | 2021 | GB | Realizado por: Edgar Wright | Elenco: Thomasin McKenzie , Diana Rigg , Anya Taylor-Joy , Matt Smith
SINOPSE: Eloise é uma jovem tímida com uma grande paixão pela moda. Um dia, sem explicação lógica, é transportada para Soho (em Londres), na década de 1960. Fascinada com tudo o que a rodeia, percebe que encarnou no corpo de Sandy, uma cantora em início de carreira. Enquanto Sandy, ela experiencia o que é viver naquela época. Mas nem tudo é o que parece e em breve se verá envolvida em terríveis eventos que vão pôr em causa a sua própria segurança.
Apresentado no Festival de Cinema de Veneza, um “thriller” psicológico realizado por Edgar Wright (“Scott Pilgrim Contra o Mundo”, “Baby Driver - Alta Velocidade”), com um argumento co-escrito por si e Krysty Wilson-Cairns. Thomasin McKenzie, Anya Taylor-Joy, Matt Smith, Diana Rigg, Rita Tushingham e Terence Stamp assumem as personagens principais.

Tinha algumas reservas em relação a este filme, e o factor decisivo para o ver foi a presença da atriz Anya Taylor-Joy, que eu adoro!

Pelo trailer, parecia algo tipo sci-fi psicadélico, estranho, então fui adiando, até que apareceu como recomendação no Prime Vídeo e deixei indecisão de lado e resolvi dar-lhe uma oportunidade.

TRAILER

Não me enganei quanto a ser um filme mirabolante e psicodélico, é um thriller psicológico muito intenso e uma crítica social ainda maior.

Retrata como era a vida das mulheres, nos anos 60, que queriam vingar na vida, serem alguém, especialmente as artistas. Será que alguma, na vida real, vingou como cantora, atriz, etc, sem ter de se vender, de vender o corpo, de ser o capacho dos ricos e influentes?

Até mesmo, nos dias de hoje?

E porque é que têm de ser - quase - sempre as mulheres a passar por este assédio milenar?

Além do mal que os homens conseguem fazer às mulheres, retrata também o mal que as mulheres podem fazer umas às outras... a inveja, negra, pegajosa, corrosiva. Já não basta serem(mos) destratadas pelos homens a seu bel-prazer, como também a amizade entre mulheres não é fácil.

Mas quando há amizade, é verdadeira e para a vida, contra tudo e todos, mas é tão díficil arranjar amizades desse tipo...

Então, a jovem Eloise, que vem de uma terrinha da Cornualha vai para Londres, para o Soho, estudar para ser modista, com o trauma de ter perdido a mãe, não conhecer o pai, educada pela avó, e tem dons, presente a presença dos que já partiram deste mundo, e consegue sentir, experienciar o que eles viveram, os bons e maus momentos.

Começa a ficar obcecada com a Sandy, uma jovem mulher aspirante a cantora dos anos 60 que dormia no quarto onde Eloise agora dorme, no Soho, e a Eloise começa então, em sonhos, a viver a vida de Sandy naqueles tempos...

O desfecho para mim foi algo previsível, já desconfiava, mas não deixou de ser fantástico e a revelação final é brutal, mostrando que, quando uma mulher quer, não há quem a pare.

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