Opinião: O Rapaz que Ouvia as Estrelas | Tim Bowler

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 6º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
SINOPSE: Depois de O Rapaz do Rio, galardoado com o Carnegie Medal, os leitores portugueses têm novamente a oportunidade de conhecerem um novo trabalho de Tim Bowler, um escritor inglês que presta em O Rapaz Que Ouvia As Estrelas um elogio poético à vida. Neste livro, conta-nos a história de Luke, um jovem de catorze anos que possui o dom da música. Luke é um exímio pianista mas quando o pai morre, sente-se tão desorientado que acaba por se iniciar numa vida rodeada por más companhias que o levam a juntar-se a um bando e a assaltar uma casa de uma senhora de idade, sendo-lhe exigido que traga uma pequena caixa de música. Aqui começam as surpresas e Luke arrepender-se-á do acto que cometeu encontrando na música o poder redentor para a salvação. Um livro comovente, acompanhado por um sentir profundo que retrata uma vida difícil.

Verdade seja dita que me custou entrar nesta narrativa, o início estava a ser pouco cativante para mim, - e eu adoro o Tim Bowler! - mas a premissa fez com que eu não desistisse da leitura. O choque de gerações de que eu tanto gosto, entre crianças e idosos, neste caso adolescentes e idosos, fez-me continuar.

Não sei se era o meu espírito crítico na altura ou o que foi, mas até mesmo as diversas personagens não me estavam a cativar, e mais uma vez a premissa prometia tudo de bom: introspectividade, um jovem a aprender com uma idosa, e vice versa, bullying, depressão, ultrapassar as dificuldades da vida, tentar encontra-se a si próprio, ... 

Mas felizmente, com o avançar das páginas, fui conquistada: as personagens, o tipo de escrita acabou por se tornar cativante, o enredo em si cumpriu tudo o que prometeu, e acabou por ser uma leitura muito emocionante, com várias histórias de vida, que se interligam numa miscelânea muito bonita, dramática, mágica, carregada de desespero e descrença, mas também de esperança...




Esta história passa-se numa pequena aldeia, onde todos se conhecem, o que não é fácil. Nem toda a gente suporta viver nessa falta de privacidade - eu não consigo - e é um verdadeiro desafio encontrar a sua individualidade num mundo tão fechado.

Mas uma das vantagens de viver em comunidades pequenas é a união. Se houver interajuda e empatia. Mesmo que não sejam sempre os melhores vizinhos, que o sejam quando é verdadeiramente preciso.

Esta é uma leitura muito introspectiva, intensa, uma verdadeira lição de vida.

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