Opinião: O Mundo que Conhecíamos | Alice Hoffman

SINOPSE: À beira da Segunda Guerra Mundial, com o controlo nazi a apertar sobre Berlim, a coragem e o amor de uma mãe oferecem à filha uma oportunidade de sobreviver.

Em Berlim, na época em que o mundo mudou, Hanni Kohn sabe que deve mandar embora a filha de 12 anos, para a salvar do regime nazi. O desespero leva-a até Ettie, a filha de um rabino, cujos anos a bisbilhotar perto do pai lhe permitem criar uma criatura judia mística, um golem raro e incomum que jura proteger a filha de Hanni, Lea. Depois de Ava ganhar vida, ela, Lea e Ettie ficam eternamente ligadas, os seus caminhos predestinados a cruzar-se, os seus destinos ligados.

Lea e Ava viajam de Paris, onde Lea encontra a sua alma gémea, para um convento no Oeste de França, conhecido pelas rosas de prata, chegando a uma escola numa aldeia no topo de uma montanha onde três mil judeus foram salvos. Enquanto Ettie permanece escondida, à espera de se tornar a lutadora que está destinada a ser.

Num mundo onde o mal pode ser encontrado em cada esquina, surgem personagens extraordinárias que nos levam numa jornada impressionante de perda e resistência, entre o fantástico e o mortal, num lugar onde todos os caminhos levam ao Anjo da Morte e o amor não tem fim.

Há anos que leio e adoro os livros da autora Alice Hoffman, lamento profundamente que tão poucos estejam traduzidos no nosso país, pois a sua narrativa é absolutamente envolvente, apaixonante, arrebatadora e os seus enredos são sempre com personagens femininas fortes, destemidas, as histórias muito originais e sempre com um toque de magia ou sobrenatural. Adoro!

Quando soube que iria ser lançado este livro da autora, ainda mais com a temática do holocausto, até fiquei apática uns segundos... não consegui sequer conceber a ideia de como a Alice Hoffman, que tem sempre uma narrativa tão mística, poderosa e muito original, mágica, como iria formular um enredo e personagens para este contexto histórico, verídico e de temática tão sensível...

Mas, como não podia deixar de ser, e tal como tem sido ao longo destes anos: a autora fascinou-me, surpreendeu-me, encantou-me, deslumbrou-me, chocou-me e arrebatou-me completamente...




A forma como conseguiu captar o contexto histórico rigorosamente, a veracidade das histórias de vida de quem por aqueles tempos passou, o sentimento, a profunda humanidade e especialmente a desumanidade, a dor, a alegria, a ansiedade, o desespero, a esperança, a própria religião e tradição judaica exploradas de uma forma tão intensa, mas tão mística,... tão intenso, tão profundo, e como não podia deixar de ser: tão mágico! 

Mais uma vez, a maravilhosa Alice Hoffman surpreendeu, conseguiu inserir um toque mágico tão realista, num ambiente tão hostil, mantendo a veracidade histórica, com a tradição e magia judaica em tempos de tremendo horror... é inacreditável, e sempre com uma fluidez de escrita saciante, intensa e humana.

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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