Opinião: O Homem que Passeava Livros | Carsten Henn

SINOPSE: Todos os dias, ao fim da tarde, Carl carrega a mochila com uma série de livros embrulhados com esmero. Fecha a porta da livraria e começa a ronda pelos clientes habituais, a quem secretamente dá nomes de personagens (Olá, Mr. Darcy!). Entrega as obras porta a porta ao milionário recluso, à jovem melancólica, à última freira do convento. É assim há décadas, até ao dia em que uma miúda de nove anos lhe aparece no caminho...

Mal se apresenta, Schascha começa a fazer perguntas: o que leva nessa mochila? Que histórias são essas? A quem se destinam? E começa ali uma inesperada relação. Ela, órfã de mãe, passa os dias sozinha, aborrece-se; ele vive preso a rotinas, envelhece. Juntos descobrem, nos passeios pela pequena cidade, um novo sentido para as suas vidas e para as vidas de quem visitam. E enquanto ambos arriscam um itinerário diferente, o horizonte carrega-se de nuvens cada vez mais pesadas e ameaçadoras.

O Homem que Passeava Livros, de Carsten Henn, é um romance inesquecível sobre vidas que são transformadas pela magia dos livros. Polvilhado de referências literárias (a começar pelos títulos dos capítulos), transporta os leitores da tristeza mais funda para o mais profundo encantamento (e vice-versa).

Um bestseller extraordinário, que vendeu mais de duzentos mil exemplares na Alemanha e está a ser traduzido em 25 países.

Todo o contexto do livro prometia: o título, a capa, a sinopse, até mesmo um dos meus enredos preferidos de sempre: em que as personagens principais são velhotes e crianças, adoro o choque de gerações... tudo! E felizmente, prometeu e cumpriu! 

Toda a premissa me conquistou! É uma narrativa carregada de paixão pelos livros, da sua importância na vida das pessoas e na sociedade, é uma leitura muito introspectiva, explora o significado de estar no fim da vida, mas também de estar no inicio da vida, e como tanto uma como a outra é carregada de desafios, dificuldades, alegrias, desespero mas também de esperança... e pelo caminho, a narrativa explora também os desafios, amores e dissabores das outras fases da vida.

Adorei o idoso Carl, tanto quanto adorei a pequena regila, extrovertida, original e mas vítima de bullying Schascha, que apesar do bullying e dos problemas familiares, é uma criança adorável, com um coração de ouro, adorei as várias personagens que vão surgindo, tão humanas, no seu pior e melhor, tão realistas, que se vão cruzando com eles dois, e a forma como a pequena Schascha vai influenciar drasticamente a mudança na vida de todos eles, mas também eles vão marcar a diferença - bem necessária - na vida dela.




Com um toque de crítica social, amor pelos livros, humor e muito drama, esta é uma história tão bonita, é um daqueles livros que nos aquece o coração e nos deixa um sorriso nos lábios.

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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