Opinião: Onde Crescem Limas Não Nascem Laranjas | Amanda Smyth

SINOPSE: A mãe de Celia morreu ao dá-la à luz: quando uma alma chega, outra tem de partir, como diz a tia Tassi. Criada nos trópicos de Tobago por uma tia que a adora e um tio que ela julga ser o diabo, o destino da menina ganha voz nas palavras ambíguas do adivinho: onde crescem limas, não nascem laranjas.

Um cruel acontecimento, que vem provar a maldade do tio, faz com que Celia fuja para Trindade, em busca de uma vida nova e libertadora.
Um romance lírico, escrito em harmonia com a riqueza da paisagem tropical e com o toque sobrenatural do imaginário da sua gente.

Esta é uma daquelas histórias que ficam connosco durante muito, muito tempo... o ritmo e ambiente da leitura fez-me lembrar os livros da Lesley Pearse e o livro «A Cor Púrpura», um mix arrebatador de drama histórico, segregação, exploração, misoginia, personagens femininas corajosas e muito à frente do seu tempo. 

Que leitura incrível, já o tinha por ler há tanto tempo, e quando comecei a ler devorei-o em poucas horas, num só folego!



O próprio local geográfico da acção era desconhecido para mim, os trópicos de Tobago, nas caraíbas, onde as paisagens de paraíso se mescla com as condições infernais de extrema pobreza, nos inícios do séc. XX, narrado na primeira pessoa de uma forma nua e crua, muito honesta e sem rodeios, muito intensa e impactante, carregada de emoção, vivemos e sentimos com esta leitura precisamente o que a personagem principal, Celia, vive e sente, no mais profundo do seu ser...

Com muito, muito drama familiar, este livro é uma retractação da condição humana e uma ode à condição feminina com laivos de racismo que nos marca o coração.

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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