Opinião: Num Instante, Tudo Muda | Suzanne Redfearn
SINOPSE: Numa noite fria e escura, um grupo de amigos percorre uma estrada de montanha numa caravana. Rumam a umas férias muito desejadas.E, num instante, tudo muda.Um veado. Uma travagem. Uma queda a pique pela encosta.A jovem Finn Miller não resiste ao acidente. Para os seus companheiros de viagem, começa então uma perigosa jornada. Pois segue-se uma implacável tempestade de neve que os deixa perdidos no meio do nada. Perante a ameaça da morte, são obrigados a tomar decisões irreversíveis. Para os sobreviventes, a vida nunca mais será a mesma.Jack, o pai de Finn, procura apenas vingança. Mo, a sua melhor amiga, procura somente a verdade. Chloe, a irmã, procura juntar-se a Finn. E a mãe, Ann, vive atormentada com o que aconteceu naquela noite na montanha e com o que descobriu sobre as pessoas que pensava conhecer intimamente.Num Instante, Tudo Muda coloca-nos perante nós próprios e faz perguntas incómodas: será que nos conhecemos verdadeiramente? Numa situação extrema, o que estaríamos dispostos a fazer?Um livro sobre o poder do amor, a importância da família... sobre a essência do ser humano (com todas as suas fragilidades) e, acima de tudo, sobre seguir em frente, mesmo quando isso não parece possível.
Tenho de começar por dizer que no início desta leitura estava a ver que estava a ler uma espécie de plágio de um dos meus livros preferidos de sempre: «Se eu ficar» da Gayle Forman, e houve alturas em que fiquei sinceramente preocupada, porque a semelhança do enredo estava a ser demasiado similar! Mas conforme o avançar da história, felizmente, o enredo vai tomando conotações muito próprias.
Não deixa de ter ali algumas semelhanças com o livro da Gayle: overdose de drama familiar, nem tudo o que parece é, uma família aparentemente feliz esconde muitos segredos e acompanhamos toda a narrativa do ponto de vista de alguém que está presente de uma forma... "astral"...
Esta é uma narrativa muito mais fria - literal e figurativamente - brutalmente honesta, de uma forma absolutamente chocante, não tem filtros nenhuns, consegue chegar às profundezas mais podres do ser humano, mas também mostra como o ser humano consegue ser intimamente bom, mas a realidade é que a maior parte da humanidade pende naturalmente para o egocentrismo e egoísmo... de formas arrepiantemente desumanas....
Mas nunca sabemos quem somos na verdade, até nos vermos em situações de vida ou de morte, onde nos vemos confrontados com a nossa essência, com quem somos de verdade, onde o terror tolda a razão, onde o instituo básico passa ao instinto primário... quem seremos nós verdadeiramente numa situação dessas?....
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