Opinião: Adeus, por Enquanto | Laurie Frankel

SINOPSE: Sam Elling é um programador informático que trabalha para uma agência de encontros. Um dia, só pelo desafio, cria um algoritmo que permite a cada pessoa encontrar a sua alma gémea. É uma descoberta maravilhosa, pois graças a ela conhece o amor da sua vida, Meredith, e ao mesmo tempo terrível, uma vez que leva Sam a perder o emprego - afinal, uma agência de encontros não funciona se toda a gente conhecer logo a pessoa certa. Quando Livvie, a avó de Meredith, morre subitamente, Sam - que tem os dias desocupados e não suporta ver Meredith a sofrer com esta perda - volta a criar um algoritmo; desta vez, um que permite gerar uma simulação online da própria Livvie (com base nos seus e-mails, sms e perfil de Facebook). Parece bruxaria, mas é só informática. Meredith adora conversar com esta sua avó virtual, e conclui que ela e Sam têm o dever de partilhar esta fabulosa invenção com o mundo inteiro. Assim, criam a empresa RePousa, que permite a praticamente qualquer um comunicar com uma versão virtual dos seus entes queridos já falecidos. Contudo, estes reencontros virtuais levantam problemas bem reais, porque, por cada pessoa que só quer uma última despedida, há outra que simplesmente não consegue dizer adeus… Uma história encantadora e uma reflexão inesquecível sobre a natureza da vida, da morte e da perda, que nos ensina que nada dura para sempre - mas que há amores que ganham uma vida própria.

Bem... que livro controverso e arrebatador!

É um dos livros mais controversos que já li na vida, faz-me lembrar alguns dos livros da Jodi Picoult, que também são altamente controversos e ficamos sem saber o que sentir... ou antes: somos arrebatados por um enorme misto de emoções que nos deixa divididos

O que acham se: mediante toda a nossa atividade online, pudessem criar uma espécie de "clone" de inteligência virtual nosso? Com as nossas emoções, personalidade, forma de pensar, forma de falar, aspecto físico, .... e os nossos familiares e amigos pudessem falar com esse nosso "clone" após o nosso último suspiro? Resumindo e concluindo: falar de forma digital - por vídeo, chat, sms, e-mails, ... - com um amigo ou familiar falecido? Aceitariam fazê-lo?

Se pudessem deixar uma cópia virtual vossa, que cá continuaria após terem partido, será que o fariam?

Eu sinceramente não sei. Acho fascinante e arrepiante...

No meu caso, falar com familiar falecido, seria a hipótese de voltar a falar com a minha madrinha que, mas como me sentiria se de repente ligasse o computador e recebesse uma chamada de vídeo dela? E pudesse voltar a falar com ela, fazer perguntas e obter respostas, sendo que seria igualzinha a ela em quase todos os sentidos?

Difícil e controverso, não concordam?

E desde que este livro foi editado - em 2012 - até aos dias de hoje, este sistema já está a ser colocado em prática na vida real e mais: em vez de ser o contacto por sms, e-mail, etc, transformaram a inteligência artificial clonada da pessoa falecida para o formato holograma. De facto, podem assistir a esta possível realidade no episódio 09 da 19 temporada da série Investigação Criminal - NCIS “Collective Memory”, onde uma mulher que foi assassinada já tinha começado a investir em deixar virtualmente a sua presença, e é possível ter uma conversa com ela com elevada taxa de sucesso. 

Por acaso, neste episódio explicam muito bem como todo este processo é feito, e neste livro também exploram muito bem essa vertente, explora como todo o processo funciona e as implicações pessoais, financeiras e sociais deste projeto.




Alegorismos pessoais que nos "ressuscitam" virtualmente. Incrível.

Drama, drama, drama, este também um dos livros mais dramáticos e intensos que já li, é uma leitura que se devora, que nos consome, que nos abala e arrepia, é absolutamente fascinante!

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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