Opinião: Tenho o Direito de Me Destruir | Kim Young-ha

SINOPSE: Num tempo em que a eutanásia e a morte assistida estão na ordem do dia, o narrador anónimo deste romance ajuda pessoas a morrer. Mas não porque se encontrem doentes, simplesmente porque se sentem fartas da vida. Bastam-lhe dois ou três clientes por ano para sobreviver; mas nem sempre se torna fácil encontrá-los e, por isso, é preciso ler muito, viajar, saber de pintura, fazer pesquisa, seguir alguma pista. («As conversas fluirão mais facilmente se eu souber quais as bandas, pintores e escritores que preferem.») Foi assim, de resto, que descobriu a bela e tentadora Se-yeon, que partiu o coração aos dois irmãos que se apaixonaram por ela; e também Mimi, a artista que nunca permitia que a filmassem porque tinha medo de se ver a si mesma. E quem sabe se se tornará sua cliente a rapariga de Hong Kong que conheceu num museu, em Viena, e parecia fugir de um passado terrível?

Tomando a paisagem urbana e o ritmo louco de Seul como espelho da vida contemporânea em todo o mundo - e combinando a tensão emocional de Kundera com a angústia existencial de Bret Easton Ellis - Tenho o Direito de Me Destruir, traduzido em mais de dez línguas, inscreve a moderna literatura sul-coreana na tradição internacional e institui Kim Young-ha como a voz mais importante da sua geração.

Estou a começar a entrar no mundo literário sul coreano, já li um par de livros deste género e é sempre uma leitura mirabolante... também são extremamente profundos e introspectivos, são verdadeiras leituras para fugir à rotina e variar no género literário!




Outra conotação que noto neste tipo de leituras é a conotação sexual que roça a obsessão, muito interessante, não é narrado num género estilo erótico, é muito mais profundo e cru, muito humano, são leituras em que a emoção está sempre à flor da pele, e com uma carga realista e honesta muito grande. Estou a começar a apreciar verdadeiramente este género de leituras.

Nesta leitura, a introspecção vai para a vida e a morte, e a morte é a maior presença deste livro, e com ela as histórias da vida que ficaram para trás... se pudéssemos pagar a alguém para nos matar gentilmente, da forma que quiséssemos, será que o faríamos? Uma espécie de suicídio assistido... já alguma vez sentiram o mais profundo vazio dentro de vós próprios, em que perdem toda a estima pela vida, e parece que nada mais importa, a não ser a ânsia pelo fim? ... e como será a vida pelo ponto de vista dessa pessoa responsável por nos ajudar a morrer?

Uma leitura incrivelmente intensa sobre a decadência humana e a profundidade das emoções sobre a vida, e sobre a morte.

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

Comentários