Opinião: Raparigas Mortas | Selva Almada

«Três adolescentes de província assassinadas nos anos oitenta, três mortes impunes ocorridas quando ainda, no nosso país, desconhecíamos o termo femicídio.» Ao estilo de Truman Capote.
SINOPSE: Três assassínios entre centenas que não chegam aos títulos de capa nem atraem as câmaras dos canais de TV de Buenos Aires. Três casos que chegam desordenados: são anunciados na rádio, recordados no jornal de uma cidade, alguém fala deles numa conversa. Três crimes ocorridos no interior da Argentina, enquanto este país festejava o regresso da democracia. Três mortes sem culpados. Convertidos em obsessão com o passar dos anos, estes casos dão lugar a uma investigação atípica e infrutífera. A prosa nítida de Selva Almada plasma em negro o invisível, e as formas quotidianas da violência contra meninas e mulheres passam a integrar uma mesma trama intensa e vívida.

Inscrevendo-se no género romance não ficção, inaugurado por Truman Capote, Raparigas Mortas é uma obra singular. Combinando perceções e lembranças pessoais com a investigação de três femicídios no interior da Argentina durante a década de 80, Selva Almada revela, de modo subtil, a ferocidade do machismo e o desamparo das mulheres pobres, ao mesmo tempo que abre novos rumos à narrativa latino-americana.

Mas que livro! Que leitura! UAU! E ainda por cima biográfico! Se já seria absolutamente arrepiante sendo um thriller de ficção, saber que isto aconteceu - e acontece ! - é horripilante!




Não é uma leitura para corações fracos nem estômagos sensíveis, estão aqui uma investigação jornalista com uma narrativa próxima ao romance biográfico incrível, é daqueles livros que se tornam inesquecíveis, extremamente emotivo e gráfico, é um ode ao feminismo e grito de socorro à sociedade, para que abram os olhos para as injustiças cometidas contra as mulheres deste mundo, uma esmagadora crítica social à misoginia, à sociedade em geral, é um abre olhos gritante, é uma leitura impressionante!
👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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