Opinião: Livro de Etiqueta - Para gente que sabe estar | Eunice Gaspar
Etiqueta no século XXI. Para resolver problemas e evitar situações embaraçosas.
SINOPSE: Este é um livro para nos ajudar a viver melhor em sociedade. Neste livro estão as regras que ajudam a humanizar o nosso convívio com os outros, em sociedade. Chamemos-lhe «etiqueta». Nesta obra retoma-se o melhor do que a tradição nos legou e fala-se das regras de etiqueta para sabermos conviver, hoje, num mundo globalizado, em que a comunicação se faz cada vez mais através da Internet. Pode ser-se elegante nas redes sociais? Pode! Estão aqui as regras, como estão os bons princípios de etiqueta para viagens e contactos com outras culturas. Respeitando e retomando os valores da etiqueta tradicional, este livro adapta-os e dá-nos ferramentas para agir da melhor forma perante novos desafios do nosso dia-a-dia.
Sempre tive um fascínio pela leitura de livros de etiqueta, e atenção, que não sei de onde vem este fascínio pois não sou propriamente uma pessoa que goste de socializar em termos demasiado formais e eu própria não tenho uma postura ética invejável - pelo menos no que a nível pessoal diz respeito, ou seja: eu dou sempre prioridade/assento/ajuda a quem necessita dela, por exemplo, se estiver na fila para o autocarro e estiver alguém idoso atrás de mim, eu vou dar a vez a essa pessoa e até ajudo a subir para o autocarro, nunca ocupo o lado esquerdo das escadas rolantes, não falo alto nos transportes e assim sucessivamente, no entanto, por exemplo: à mesma em família ou amigos coloco sempre os cotovelos na mesa porque me dá jeito, por vezes até me sento torta em cima de uma perna, toda torcida na cadeira, como só com o gaarfo, sendo que corto a comida com o garfo se for preciso e tenho perfeita noção do que estou a fazer, no entanto sei usar os talheres correctamente, como de boca fechada, nunca tusso ou espirro para o ar, ... tenho sempre noção do que estou a fazer mal ou bem, porque tenho conhecimentos das regras de ética e etiqueta, e se necessário em eventos muito formais sei comportar-me perfeitamente, ou seja, sei adaptar-me perfeitamente.
Apesar de eu não gostar desse tipo de ambientes altamente formais e impessoais, estas regras todas fascinam-me, só mesmo os humanos para complicarem tanto... o que num país é considerado de extrema educação, noutro país esse mesmo comportamento é algo profundamente ofensivo - como arrotar durante ou após a refeição, e que não haja dúvidas de que a muita, muita, muita gente faz falta pelo menos as regras básicas de etiqueta, até mesmo de civismo e higiene, quanto mais, por isso estes livros deveriam de estar no PNL. Haveria menos conflitos sociais se as pessoas soubessem nem que fosse um terço das regras de etiqueta.
Os livros que eu costumava ler deste género eram, bem... aborrecidos. Pareciam livros de leis. Até que li o pequeno livro da Maria Saraiva de Menezes e foi uma brutal de lufada de ar fresco neste género, pois ensina as regras de etiqueta, mas com humor e ironia deliciosos que torna a leitura prazerosa e interessante ao mesmo tempo que, dessa forma, mais facilmente assimilamos o que estamos a ler.
Quanto saiu este livro da editora Guerra e Paz e chamou-me logo a atenção, como não podia deixar de ser. Enquanto o livro da Maria Saraiva de Menezes dá umas ideias gerais de ética e etiqueta e é acessível a qualquer pessoa - até mesmo o seu tamanho mini de bolso encoraja a sua leitura - , já este é mais extenso, expondo a ética em todos os aspectos da nossa vida geral e dia-a-dia, até mesmo nas redes sociais e no estrangeiro, ética no trabalho e vida social - algo que também está presente no livro da Maria - mas este - até mesmo pelo seu tamanho convencional - é mais abrangente e enquanto o livro da Maria é mais humorístico e irónico, este da Eunice Gaspar tem um tom muito mais formal e assertivo, no entanto também tem uns toques de sarcasmo e ironia que sempre ajuda a manter este tipo de leitura interessante.
No entanto é um tipo de humor algo frio e assertivo, em que se a carapuça servir a quem violar a ética que estamos a ler - como a mim aconteceu relativamente às partilhas no facebook e instagram, colocar os cotovelos na mesa e outras que felizmente só me fazem ficar mal a mim, pois as questões de ética que eu possa violar e tenham como consequência incomodar os outros eu estou bem ciente delas e respeito a ética, pois tive educação para isso - mas pode mesmo chegar a ser ofensivo a quem não tiver um bom sentido de auto-apreciação e também um bom sentido de humor, pois o que predomina aqui é um tom "mandão": não faça isto, não faça aquilo,... nos outros livros mais antigos que li do género era mais do género "um bom conviva terá de fazer assim e assado", "uma boa mulher/um bom homem/um bom vizinho. ... terá de fazer assim e assado" ou seja, quase como se fosse na terceira pessoa, eram leituras algo impessoais e monótonas, este livro de ética é mais pessoal directo e eu apreciei-o por isso.
Um livro que faria uma excelente participação no Plano Nacional de Leitura.
Só hoje dei conta desta belíssima crítica. Muito agradecida. Eunice
ResponderEliminarObrigada eu :D :*
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