Opinião Série Documental: História dos palavrões

2021 | 16+ | 1 Temporada | Com: Nicolas Cage
SINOPSE: Nicolas Cage apresenta esta série orgulhosamente obscena, divertida, fascinante e educativa sobre a história e o impacto dos mais infames palavrões da língua inglesa.

Já passa da meia noite na hora em que escrevo isto, e sendo que tive um dia esgotante e até contava ir dormir mais cedo, pois estava esgotada e abatida, só queria era meter uma série ou filme repetido até dormir, temporizador de meia hora na televisão para se desligar sozinha e apagar-me do mundo por umas horas... mas apareceu-me esta recomendação no meu perfil netflix, e eu - uma fã desmedida do palavrões - a princesa deles - visto a rainha ser a minha avó - fiquei logo interessada, adicionei à minha lista da netflix e pensei deixar para amanhã... mas depois deu-me para ver um pouco a introdução, por curiosidade, e quando dei por mim já passava da meia noite e tinha devorado todos os episódios e sinto-me com mais energia do que nos últimos meses (!!) - dava mais jeito esta energia pela manhã para um novo dia de trabalho e não à meia noite, mas cá estou eu! - mas acima de tudo sinto que tiraram o peso do mundo de cima de mim, um absoluto alivio, pois esta série fez-me rir imenso e ainda aprendi uma data de factos pelo caminho, o meu género de aprendizagem preferido: aprender a rir! Até estou com um sorriso tolo nos lábios sem motivo nenhum, não me lembro a última vez que me senti assim!

Só depois de adulta, e bem adulta, comecei a dizer um par de palavrões ao pé dos meus pais e avós, e mesmo assim sinto-me estranha, como se estivesse a pecar... quando estou à conversa com alguém com quem tenho alguma confiança mas ainda não tenha tido grandes conversas comigo, aviso logo: "perdoa-me o francês, mas faço uso do vocabulário completo e já nem me dou conta" ou "não te ofendas com as asneiras" ou algo do género... apesar de toda a vida os meus pais e avós os dizerem de forma desmedida, e a minha avó então de uma forma muito minhota e original que eu, asneirenta assumida, fico por vezes chocada!

Porque é que o meu instinto é pedir desculpa antecipadamente pelas asneiras que sei que vão sair? Bem... fui, como tanta gente, educada a ter decoro e que os palavrões são "maus e é feio", mas desde cedo que são um TREMENDO ALÍVIO para mim me poder expressar desta forma, e sei bem que não sou a única, tanto que pelos vistos está mesmo provado que dizer palavrões reduz o stress e até a dor! E nesta série explicam como e porquê! Estou deslumbrada!

Desgraçados daqueles que não têm esta "bengala" linguística para os momentos mais f#$$"#$"didos da vida ou situações mais complicadas... ou por exemplo, quando batemos com o dedo pequeno do pé na esquina do móvel....

Não gosto de quem os usa de forma brejeira e desrespeitosa, ou os putos e adolescentes que os usam para ser armarem, fica tão mal, tão foleiro, mas bem usados dizem tudo em poucas palavras e podem até ser, dependendo do contexto, hilariantes!

É como em tudo: temos de medir as palavras e saber o que dizer... no meu caso, por exemplo, quando as pessoas me ouvem praguejar desatam-se a rir, pela entoação e a forma como brinco com as palavras, mas quando estou chateada... também as sei usar de forma a meter seja quem for na linha. É pura e simplesmente fascinante, esta forma de nos expressarmos, provavelmente somos as únicas criaturas à face da terra que usa palavrões como forma de expressão com efeitos físicos e psicológicos comprovados e imediatos e os quais até têm origens históricas - bem narradas neste documentário!

Só é pena estar direccionado para a língua inglesa, quem me dera que fizessem este documentário com a versão portuguesa, porque também temos uma riqueza de vocabulário "brejeiro" fascinante e cheio de história, e de história - além das asneiras - está este documentário cheio, a etimologia, significado, evolução e até o facto de ser mal usado ou usado de forma a diminuir um género, por exemplo: chamar coninhas a alguém, sendo que é referente ao órgão sexual feminino e é usado de forma depreciativa para rebaixar alguém, especialmente homens, é discriminatório para com as mulheres e o próprio órgão em si, tudo isto e mais é aqui discutido, até mesmo como são usadas no cinema e na música, o que os artistas estão a fazer para empoderar palavras que são usadas para rebaixar, como "pussy", "bitch", até eu, que sou asneirenta de primeira classe e já de há incontáveis gerações, NUNCA tinha visto o uso das asneiras destas formas como são aqui apresentadas, fascinante, absolutamente fascinante!

Eu ri-me TANTO a ver esta série documental, até eu que não sou propriamente fã do Nicholas Cage, que é apresenta isto, gostei de o ver envolvido neste projecto, chorei a rir, aprendi imenso, fez-me ver várias temáticas em diversas perspectivas, fiquei absolutamente DESLUMBRADA!

Pessoal que, como eu, gosta de dizer umas ca$"#$"#""#"$#&%das, ao ponto de ser fisicamente destressante e quando bem empregues até origina bom convívio e gargalhadas, veja! E quem normalmente não diz ou acha deselegante, se aguentar: veja! Para começar a compreender outros contextos de algo que faz parte da nossa história e do nosso vocabulário: vejam, vejam, VEJAM! 

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