Opinião: Raparigas Selvagens | Rory Power

Para sobreviverem, elas têm de esperar. Mas a ilha é impaciente, e a epidemia é cruel… e mortal.
«Tudo o que há aqui quase me destrói: o vazio do horizonte, a fome no meu corpo e perceber como conseguiremos sobreviver àquilo se não conseguimos sobreviver umas às outras.»
SINOPSE: Há dezoito meses, a escola feminina da ilha de Raxter foi posta em quarentena. Dezoito meses em que Hetty e as suas colegas sobrevivem a algo tão desconhecido quanto sangrento.

Começou devagar e sem aviso. Primeiro, morreram as professoras, uma por uma. Depois, as alunas foram infetadas e os seus corpos mutilados pela doença. Disseram-lhes unicamente para aguardarem, em isolamento e à mercê da epidemia, até que uma cura fosse encontrada. É assim que, desde então, três amigas, Hetty, Byatt e Reese, sobrevivem.

Mas um dia, Byatt desaparece sem rasto e Hetty, desesperada, faz tudo para encontrá-la, inclusive quebrar a quarentena. Contudo, há uma outra razão para as saídas da escola terem sido proibidas. Lá fora, na escuridão da floresta, a epidemia tornou a ilha selvagem, escondendo horrores inimagináveis...

... e monstros desejosos por sangue fresco.


A espectativa em torno desta novidade foi imensa pelas redes sociais fora, normalmente afasto-me deste tipo de livros muito divulgados e opto pelos menos conhecidos, mas tenho um enorme fascínio por todo o tipo de livros que sejam alusivos ao feminismo ou personagens femininas corajosas e senhoras de si mesmas, e só o título me cativou logo, a capa ser tão linda foi um bónus, mas o mais importante de tudo é sempre o conteúdo, e neste caso as opiniões que tenho lido têm divergido entre quem adora e quem não tenha gostado nada e até mesmo tenha desistido da leitura... 

Na minha opinião, creio que este livro é para gostos muito específicos: antes de mais é uma distopia, e depois é direccionado para o público mais jovem, entre o adolescente e o jovem adulto, além de ser um livro muito feminino. Nada que interfira nos meus gostos, que leio de tudo, mas na altura de o recomendar não o recomendaria para a generalidade de pessoas, como há livros que eu aqui no blog vos apresento que dá para todos os gostos e todas as idades, pois este livro tem um embalo bastante juvenil, é uma distopia interessante mas algo confusa, no entanto chega a ser muito violenta e até arrepiante, sendo que foram essas as partes de que mais gostei. O que menos gostei foi mesmo o final ficar em aberto, algo de que eu não gosto nada, mesmo que sejam sagas, prefiro que cada livro tenha principio, meio e fim, não sei se este livro se vai tornar numa saga, mas pelo que eu li deduzo que sim. 

Se eu tivesse lido este livro em adolescente, provavelmente teria sido muito mais entusiasmante, mas agora que já li outros livros do género e bem mais adultos não fiquei deslumbrada com a leitura, mas li num instante, o ritmo é bom, a complexidade das personagens femininas é interessante, o livro está dividido em duas narrativas na primeira pessoa, uma pela voz de Hetty, outra pela voz de Byatt, a força da amizade entre as várias raparigas da história é palpável, e até tem nuances de homossexualidade explícitas - coisa que nos livros do meu tempo não se via - e que torna o enredo muito interessante, humano e verídico, apesar do mal que atormenta estas raparigas presas numa ilha, estudantes de uma escola privada que foram infectadas por um mal que ainda ninguém sabe explicar e que as torna selvagens, as destrói de dentro por fora, as corrói, modifica, estropia ou mata, um mal que é extremamente contagioso e não pára de evoluir, chegando ao ponto de contagiar os animais selvagens e a própria natureza árvores, plantas, ervas, toda a vida à sua volta...

É um bom livro para adolescentes que se queiram estrear com (ou adorem) o género distópico.

👉🏻 WookBertrand 👈🏻

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