Opinião: Uma Vida à Sua Frente | Romain Gary
SINOPSE: Publicado sob o pseudónimo Émile Ajar, Uma Vida à Sua Frente valeu a Romain Gary o seu segundo Prémio Goncourt, em 1975. Esta comovente história de amor é narrada por Momo, menino árabe que aos três anos é entregue aos cuidados de Madame Rosa, prostituta reformada e sobrevivente de Auschwitz. Por ela, Momo sobe e desce quando necessário os seis andares que a saúde de Rosa não lhe permite transpor. Por ela, guardará segredo do seu «buraco judeu» e não a deixará sozinha no momento em que o abandono total se quer impor. Através dos olhos de Momo, acedemos a uma franja invisível da vida parisiense, descrita com ironia, humor, ingenuidade e perspicácia, propondo uma reflexão poderosa sobre o preconceito, a solidão e o encantamento do medo. Foi um dos maiores êxitos de Gary, com milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, traduções em mais de vinte línguas e várias adaptações ao cinema.
Que fabulosa e inesquecível leitura... desde que criei este blog, que os meus gostos literários deram uma valente volta e reviravoltas, comecei a ler géneros de livros que nunca antes tinha lido na vida - como este - e descobri novos géneros literários que agora adoro e nunca antes tinha lido, e uma das metas a que me comprometi este ano foi ler o máximo possível de autores que nunca tenha lido na vida, e tenho cumprido essa meta escrupulosamente, focando-me sempre que possível em autores nacionais, e tenho feito descobertas absolutamente fascinantes, de leituras interessantes, profundas, introspectivas e que enriquecem a minha cultura, discernimento e me fazem pensar em temas que tenho como garantidos de outras perspectivas... leituras enriquecedoras, e esta é uma delas!!
É uma espécie de ode à velhice, uma tremenda introspecção da condição humana, no seu pior e no seu melhor, mas especialmente no seu pior... é uma narrativa bruta e directa, assertiva e emotiva, escrito de uma forma como se fosse do ponto de vista de um pré-adolescente, que vê o mundo de uma forma muito aberta e adulta, mas a sua forma de se expressar é sóbria, mas algo infantil, absolutamente arrebatador.
Aborda temáticas como a prostituição, racismo, intolerância, religião, violência, velhice, amor, amizade, desespero, esperança, fraternidade, tudo numa perspectiva de alguém muito jovem que teve de crescer depressa, que desde muito cedo levou com a vida logo de frente, sem filtros nem atenuantes e com um excelente toque de humor, é uma narrativa inteligente, que nos faz reflectir sobre alguns aspectos pertinentes da vida.
Excelente!
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