Opinião: Traição LIVRO | V. S. Alexander


Inspirado na história verdadeira dos alemães que combateram os nazis

SINOPSE: Um romance apaixonante e comovente sobre o movimento Rosa Branca, que enfrentou os nazis e pagou o preço definitivo.

No verão de 1942, quando a guerra alastra pela Europa, começam a surgir panfletos anónimos perto da Universidade de Munique que alertam para as atrocidades nazis. A estudante Natalya Petrovich sabe quem está por detrás dos panfletos - um grupo secreto chamado Rosa Branca. Como enfermeira na frente russa, Natalya testemunhou os horrores da guerra em primeira mão. Quando decide entrar no círculo Rosa Branca, sabe que cada palavra sussurrada pode significar a morte às mãos da Gestapo.

Mas a jovem decide arriscar tudo na esperança de que o poder dessas palavras encoraje outros a resistir. Infelizmente, o perigo pode esconder-se até entre aqueles em quem mais confia, e, quando tudo ameaça desmoronar, só há uma decisão a tomar. Baseado na verdadeira história do Rosa Branca - o movimento de resistência de jovens alemães contra o regime nazi -, Traição narra a história de uma mulher que, durante um dos períodos mais negros da História, arriscou tudo para enfrentar a tirania.


A cada dia que passa estou cada vez mais viciada em livros sobre a resistência antinazi durante a segunda guerra mundial, especialmente resistentes femininas, simples civis. Tomei conhecimento do Rosa Branca através deste brutalíssimo documentário que me ensinou quase tudo o que eu agora sei sobre a vertente pessoal e política que originou a guerra e o holocausto, e que me tem servido de base para compreender muitos aspectos destas minhas leituras...

Este livro lê-se muito bem, quando dei por mim já ia a meio, mas não fiquei fã da personagem Natalya, nem achei que o autor tenha conseguido transmitir a total essência feminina nesta personagem, não sei se é do próprio autor ou da tradução, mas há aqui expressões repetidas de forma saturante e desnecessária, por exemplo: compasso de espera e outras expressões que são repetidas de forma exaustiva, mesmo assim lê-se a bom ritmo, apesar de por vezes dar uma conotação pouco natural.

Adorei ficar a conhecer mais uma forma de resistência antinazi, desta vez focada nos folhetos para reverter os efeitos da propaganda nazi, os que andavam pelas cidades a grafitar as paredes com palavras de ordem antinazi, mais perigoso e fascinante ainda por serem alemães a fazê-lo, os que estavam do lado certo e com o coração no sítio devido.

Gostaria que o autor tivesse dado mais destaque aos personagens principais da Rosa Branca e das suas actividades, pois focou-se muito intimamente na personagem Natalya ao invés dos seus membros mais notórios: Sophie Scholl, Hans Scholl, Alexander Schmorell, Willi Graf, Christoph Probst e o Prof. Kurt Huber, que aparecem brevemente, mas mesmo assim foi uma leitura fluida e interessante, com uma boa carga emotiva, que me transportou para aqueles dias e me fez questionar seriamente se eu seria capaz de ter feito parte da resistência, especialmente em solo alemão, com perigos em todos os átomos à minha volta, em cada esquina, em casa suspiro, arriscando a minha vida e a vida dos meus todos os dias, a todas as horas...

Que continuem a surgir mais livros assim, mais e mais, e que estas histórias de vida, estas almas de uma coragem desmedida merecem ser recordados, serem louvados, serem honrados e são um exemplo a seguir.

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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