Opinião Série: A Maldição de Hill House
Título original: The Haunting of Hill House | Realizador: Mike Flanagan | Número de episódios: 10 (42’-71’ minutos)
Actores/actrizes: Michiel Huisman, Carla Gugino, Henry Thomas, Elizabeth Reaser, Oliver Jackson-Cohen,
Kate Siegel, Victoria Pedretti, Lulu Wilson, Mckenna Grace, Paxton Singleton, Julian Hilliard, Violet McGraw, Timothy Hutton
SINOPSE: Shirley, Theo, Nell, Luke e Steven são cinco irmãos que passaram o pior verão das suas vidas na mansão Hill, a casa assombrada mais famosa dos Estados Unidos, que os pais compraram para poder reparar e voltar a vender, esperando assim ganhar dinheiro suficiente para poderem assentar de vez e ter uma vida desafogada e feliz... Mas as coisas não correram como esperado, e passado umas semanas, após vários acontecimentos estranhos e assustadores, o pai foge da casa, levando consigo os cinco filhos, e mais tarde quando regressa à casa, após deixar os filhos em segurança num motel, dá com a mulher morta, sendo a alegada causa: suicídio... Muito ficou por explicar... Agora adultos, os cinco irmãos são forçados a confrontar os fantasmas do passado, após o suicídio da irmã mais nova. (sinopse elaborada por mim)
Soberba.... pura e simplesmente soberba! Esta é uma série pura e simplesmente soberba! Ao tempo que não me entusiasmava desta forma com uma série, esta forma obsessiva que até me dava tremores de ansiedade quando tinha de meter na pausa e aguentar as horas de trabalho naquela ansiedade de mal aguentar até chegar a casa até me voltar a embrenhar nesta soberba série...
Desde que me lembro que eu sou fanática pelo sobrenatural, o meu dia preferido é o Halloween, então, já vi e li de tudo um pouco sobre esta temática, ou seja, cada vez mais, pouco ou nada me surpreende por aí além, .... a nível de leituras, o único livro até à data em que escrevo este texto que me perturbou e arrepiou verdadeiramente foi o "Homem dos Sussurros", e falando em livro, esta série é, em parte, baseada no romance “A Maldição de Hill House” de Shirley Jackson, que eu vou querer ler o mais urgentemente que conseguir! “A maldição de Hill House” foi adaptada ao cinema em 1963 e em 1999, ambas com o título "The Haunting". Stephen King adorou tanto o livro como a série...
Mais do que uma série de puro terror, esta série está carregada de suspense, mistérios, segredos, drama, muito, muito drama, aborda temas como a homossexualidade, toxicodependência, depressão, traições, problemas de sono, conflitos familiares, entre outros, muito variados, factores esses que tornaram, para mim, uma série fascinante e profunda.
Adorei a forma como está realizada, com um suave intercalar entre o passado e o presente, e cada episódio é uma visão de cada uma das personagens envolvidas no que aconteceu naquela casa naquele fatídico verão, cada uma destas personagens muito bem exploradas, nada ficou por explicar, em cada episódio vemos como cada uma delas viveu aquela experiência e o que de facto aconteceu, pois no meio de muitas voltas e reviravoltas, os segredos e mistérios vão sendo desvendados, num fabuloso enredo e brutal terror psicológico.... muitos destes segredos tremendamente surpreendentes e inesperados! E sem faltar o esperado elemento sobrenatural, a típica casa assombrada, com espíritos, assombrações, benignos e malignos, as almas que morrem na casa ficam lá presos, e a "casa" passa a alimentar-se dos vivos que para lá vão... esta casa não tem coração... têm estômago... e alimenta-se dos que aqui vivem... e morrem.... apesar de ser o já "batidinho" terror de uma casa assombrada, esta série foi uma lufada de ar fresco dentro do género.
Com efeitos especiais simplesmente fantásticos e sinceramente assustadores... é uma série absolutamente viciante, perfeita!
Uma das partes que mais gostei e me emocionou foi o elogio fúnebre, onde foi citado um poema de James Whitcomb Riley: "Away", segue abaixo a versão original, e a versão legendada pela Netflix (ambas reduzidas, pois o poema original tem mais texto, no original é referente a um ele, na série a uma ela):
Adorei a forma como está realizada, com um suave intercalar entre o passado e o presente, e cada episódio é uma visão de cada uma das personagens envolvidas no que aconteceu naquela casa naquele fatídico verão, cada uma destas personagens muito bem exploradas, nada ficou por explicar, em cada episódio vemos como cada uma delas viveu aquela experiência e o que de facto aconteceu, pois no meio de muitas voltas e reviravoltas, os segredos e mistérios vão sendo desvendados, num fabuloso enredo e brutal terror psicológico.... muitos destes segredos tremendamente surpreendentes e inesperados! E sem faltar o esperado elemento sobrenatural, a típica casa assombrada, com espíritos, assombrações, benignos e malignos, as almas que morrem na casa ficam lá presos, e a "casa" passa a alimentar-se dos vivos que para lá vão... esta casa não tem coração... têm estômago... e alimenta-se dos que aqui vivem... e morrem.... apesar de ser o já "batidinho" terror de uma casa assombrada, esta série foi uma lufada de ar fresco dentro do género.
TRAILER
Uma das partes que mais gostei e me emocionou foi o elogio fúnebre, onde foi citado um poema de James Whitcomb Riley: "Away", segue abaixo a versão original, e a versão legendada pela Netflix (ambas reduzidas, pois o poema original tem mais texto, no original é referente a um ele, na série a uma ela):
I cannot say, and I will not say
That he is dead- . He is just away!
With a cheery smile, and a wave of the hand
He has wandered into an unknown land,
And left us dreaming how very fair
It needs must be, since he lingers there.
And you- O you, who the wildest yearn
For the old-time step and the glad return- ,
Think of him faring on, as dear
In the love of There as the love of Here;
Think of him still as the same, I say:
He is not dead- he is just away!
Não posso, e não direi
que ela morreu-. Só está ausente!
Com um sorriso alegre, e um aceno de mão
Deambulou para uma terra desconhecida,
E deixou-nos a sonhar o quão agradável
deve ser, já que por lá ficou
E tu- oh tu, que anseias fortemente pelos velhos tempos
E pelo regresso da felicidade;
Pensa nela a viajar, tão querida
No amor por lá, como no amor aqui;
Pensa nela da mesma maneira, digo
Ela não morreu- Só está ausente!
Outra vertente que adorei da série é a forma como joga com a Teoria da Relatividade de Einstein, a forma como joga com o passado, presente e futuro, ou seja, citando Einstein: “Pessoas como nós, que acreditam na física, sabem que a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.”
Não só está bem elaborada, esta série tem os elementos todos para viciar e entusiasmar, é brutalmente inteligente e interessante, dramática e arrepiante, faz o coração dar saltos e prender a respiração sem darmos conta, é, sem sombra de dúvidas, o meu top 5 das minhas séries preferidas de sempre!
"Uma nova teoria do tempo sugere que passado, presente e futuro co-existem em simultâneo no universo. De acordo com esta nova ideia, o tempo não avança, todo o tempo é sempre presente.
Esta ideia é defendida por Bradford Skow, professor de filosofia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA, que considera que a ideia de que o tempo flui como um rio não é correcta". In: ZAP
Excelente!!
Adorei a análise, adorei a série e vc resumiu muito bem o porque.
ResponderEliminarMuito obrigada :D
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