Opinião: O Pequeno Livro dos Grandes Insultos | Manuel S. Fonseca

SINOPSE: Avisam-se os amantes de linguagem extremamente ofensiva que este livro inclui frases de elevado requinte literário.
O palavrão é o destemido herói que visita, sem inibições morais, as mais proibidas e sagradas fendas, colinas, picos, matas, dunas e enseadas do corpo humano. O palavrão tira-nos do sério ao pôr em causa a paternidade e a maternidade. O palavrão espatifa todos os tabus.Com sensibilidade, elegância e bom-senso, este é o livro que junta os mais impressionantes palavrões da língua portuguesa. Tratados com humor, estão aqui os grandes insultos, aqueles que, de vez em quando, usamos para ferir de morte alguém. E estão aqui as lengalengas brejeiras, como a que começa em «Abreu» e termina em «lá vou eu», e estão as expressões chulas, mas já idiomáticas, que conquistaram um lugar na nossa língua, e estão também os insultos americanos, chineses, catalães ou mesmo finlandeses. Uma viagem arrojada à montanha-russa dos insultos.Um livro que não se deseja aos piores inimigos.
Este é o livro para partilhar com os melhores amigos.
PUBLICAÇÃO QUE PODERÁ FERIR SUSCEPTIBILIDADES, CONTÉM PALAVRÕES, ASNEIRAS, INSULTOS, PALAVRAS "FEIAS E BRUTAS", ISTO AQUI ESTÁ MESMO AGRESTE, QUEM CONTINUAR A LER, ESTARÁ POR SUA CONTA, RISCO E RESPONSABILIDADE....


Leram o aviso, certo? Olhem que eu não moderei a linguagem nesta publicação! Está tudo aqui escrito sem censuras! Ok...? Então vamos lá...

Bem, só o título deste livro chama a atenção, não é? :P

Quando o recebi, estava no emprego, e mostrei a umas colegas e outro pessoal de outras lojas ao pé que conheço o livro, e a reação foi: "que é isto?", depois eu dizia: "abre numa página, uma página qualquer e lê!", e tive o mais diverso tipo de reacções, de choque, de se desatarem a rir, de "que raio é isto?!", e até mesmo de começarem a recitar certos e determinados poemas do livro em voz alta! Haha ☜(ˆ▿ˆc)
Ah, e sem faltar o "só podias ser tu com um livro destes", óbvio!

Se há coisa que eu gosto, é a liberdade de expressão, e de aliviar o stress com umas quantas caralhadas, aqui no blog controlo-me 100%, por motivos óbvios, se bem que há por aqui perdidos um par de posts em que digo umas asneiras ou duas, em posts em que escrevi mais revoltada, porque quanto a vocês não sei, mas se não fosse eu dizer uns "foda-se pah!" ou "oh, puta que pariu!" naquelas alturas complicadas, eu ou sufocava, ou então provavelmente virava imediatamente para a violência... tal como está tão bem escrito e descrito pelo Manuel S. Fonseca no prefácio do livro:
...."mas essa função agressora ou ofensiva não nos faz esquecer de que o palavrão é também catártico, aliviando a dor de quem acertou com o martelo no dedo, de quem acaba de ser despedido do seu emprego de dez anos a dar o corpinho ao manifesto, de quem soube que as poupanças de uma vida foi um BES que lhe deu..."

Há estudos que provam que os palavrões, as asneiras, já não são propriedade exclusiva do homem, de facto, a mulher anda a ganhar terreno de uma forma vertiginosa e até chega a superar homem, o que para mim é fantástico, ver que a mulher está a ganhar terreno em tudo. Já era mais do que tempo, e nunca na vida, nem na história, deveria de ter sido "abafada" como foi...

No entanto, a não ser que eu esteja fora de mim, normalmente as asneiras que vou declarando têm sempre uma conotação humorística, e nem me dou conta disso, tanto que acontece imenso alguém me dizer alguma coisa, ou eu assistir a alguma cena, e declarar alguma asneira ou ralhete repentino e o pessoal desata-se a rir... o facto de a minha avó ser minhota, e se sair com cada asneira, ofensa e outras formas de arte poética insultuosa que não lembra a ninguém também está bem enraizado em mim, a nível asneirento, a minha família safa-se estupendamente, e muitas das asneiras que estão no nosso reportório estão aqui neste livro bem retratadas, no entanto, há muitas típicas da minha avó que aqui não estão, um dia ainda vejo se me lembro de as reunir, e quem sabe o que sai dali!
Por exemplo, uma vez houve em que eu estava em casa dos meus avós, e eu andava por ali, a fazer coisa nenhuma, e os meus avós estavam a "pregar" um com o outro devido ao semitismo do meu avô.... de repente, a minha avó, de forma sonora e bem articulada vira-se e diz:
"Meu velho do caralho! Se tivesses nascido relógio, nem sequer horas davas!!"
Só vos digo que eu tive de ir lá para fora para me rir tudo, não fosse ainda sobrar para mim, que me de um ataque de riso compulsivo que eu não conseguia parar de rir!

Este livro tem muitas asneiras, muitos insultos, sim, mas está escrito com uma inteligência, dignidade e cultura que não imaginam! Além de que tudo o que aqui está, faz parte da nossa língua, da nossa cultura, da nossa história, ...

É um livro parar ler e rir, seja sozinho em em companhia de uma jantarada entre amigos, levem o livro convosco e vão ver que são a alegria da festa, é um livro para tirar o stress e aprender, e também para aumentar o nosso reportório de insultos, porque tal como quando comemos sempre a mesma coisa, acaba por saturar, usar sempre as mesmas asneiras torna-se rotina, e perde um pouco os seus efeitos terapêuticos...

Sabem quantas vezes a minha avó me desliga o telefone, depois de dizer: "Vai-te foder, vai chatear o caralho que ta foda, vocês metem-me maluca!" e depois vocês vêm uma foto da minha avó e é uma velhinha toda fina e com ar inocente, tanto que um amigo meu se não ouvisse não acreditava, mas ela estava a falar comigo ao telefone e não sabia que ele estava ao meu lado a ouvir e tramei-a... ☜(ˆ▿ˆc) quando ouviu o meu amigo a soltar uma exclamação de surpresa, o seu diálogo mudou logo...

A asneira preferida da minha mãe é: "Vai chatear a cona da tua tia!!!", ou "Prá cona da tua tia!", já é marca registada dela, enquanto eu vario bastante, apesar de ter um par delas preferidas, a minha mãe (que se vai passar se chegar a ler isto), registou aquela, então é com essa que vai desestressando...
..e isto tendo em consideração que só comecei a dizer asneiras em frente aos meus pais e avós com os meus actuais 30 anos (vá, para ai com 28 já soltava um ou outro), porque o tempo que vivi com eles, e mesmo depois de já viver sozinha há bastante tempo, só me saia uma ou outra seu eu estivesse fora de mim, completamente passada e nem me dava conta, agora já sai mais naturalmente, se bem que se poder, tento moderar sempre, porque senão acontece como um dia, em que a minha avó me disse: "Não digas asneiras, caralho!" ☜(ˆ▿ˆc) 

Só espero que numa semana de tanta polémica, com a senhora lá de casa, e os telefonemas do presidente da república, entre outras que eu não estou a par nem quero saber, não me venham fazer polémica aqui com o linguarejar desta publicação! ☜(ˆ▿ˆc) 

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

Comentários

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    1. Picante não digo, que seria essa a descrição caso fosse erótico, o que, apesar da linguagem usada, não é o objectivo, atrevido talvez seja a melhor descrição, dentro desse contexto ;)

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    1. Lá original é ele, não é uma leitura nada comum! :)

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  3. Eu nunca fui de dizer muitas asneiras. Mas há asneiras e asneiras, há pessoas e pessoas, há circunstâncias e circunstâncias, há dizeres próprios de uma região. Se com determinada pessoa ou situação a asneira nos cai mal, outros casos há em que nos parece natural.

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    1. A questão é mesmo essa, asneiras de forma vulgar, eu não gosto, mas de forma a que pareça natural, faz parte do nosso diálogo, da nossa língua, e é natural, não é "feio" como há pessoal que considera (e se for preciso, são as pessoas mais horrorosas e mesquinhas de todas que o acham)... :/

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  4. Este sim surpreende, jamais imaginei que pudesse vir a ser publicado um livro com tal conteúdo ;)

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    1. Ah sim, sem censura, sem papos na língua, e de todas as formas e feitios! :P

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  5. Deve ser um livro com um certo interesse, mas deve ser para ler poucas páginas.

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    1. Eu fui lendo, não li tudo de seguia, mas consegue-se ler todo bem, até porque não é só exclusivamente estilo dicionário, tem textos do autor de bastante interesse e debate :)

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  6. Quando eu estudava no Liceu, anos 80, havia na biblioteca um dicionário de calão, que foi lido à socapa por todos os alunos, entre risos e risadas, e mandos de "pouco barulho!" do funcionário que tentava manter a ordem. Impossível lembrar-me do autor mas já passei os olhos num bem interessante, Novo Dicionário de Calão de Afonso Praça

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    1. Que recordação fantástica, obrigada pela partilha, adorei! :D
      Céus, então o que seria nessa altura se apanhassem este livro!! haha xD
      Obrigada pela sugestão do novo: «Novo Dicionário de Calão de Afonso Praça», vou ver se arranjo para dar uma vista de olhos! ;)

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  7. Já tinha posto os olhos neste livro e tinha-me deixado curiosa e agora, depois de ler a tua opinião, ainda com mais vontade fiquei de ter este livro cá em casa! :)

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    1. Boa! Faz o nosso tipo de leitura/cultura/sentido de humor! ;) :P

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  8. Fiquei curiosa...
    Ass. Teresa Rómulo Ávila

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