Opinião: Robot Selvagem | Peter Brown

SINOPSE: Conseguirá Roz sobreviver numa ilha selvagem?Numa ilha selvagem, um grupo de lontras encontra Roz, um robot que lhes parece um monstro brilhante. No início, Roz luta para sobreviver num ambiente hostil. Mas, com o passar do tempo, adota um ganso bebé que ficou sem família, trava amizade com as lontras e os outros animais, e aprende a língua deles. Até que um dia a ilha é invadida por caçadores de robots…A incrível história de Roz toca em temas importantes e atuais, como a amizade, a cooperação, o respeito pela diferença, a proteção do meio ambiente e o progresso tecnológico.«Um Robinson Crusoé do futuro.» - Wall Street Journal


Livro juvenil? Este livro foi para mim uma lição de vida, uma inspiração, um conforto imenso!
Ler este livro é como estarmos a ser embalados nos braços dos nossos pais, que nos lêem uma história antes de irmos dormir, mas com reflexões tão profundas e temas tão intensos que até nos fazem sonhar e nos perdermos em pensamentos sobre estes assuntos...
 As ilustrações são giríssimas e estão por todo o livro, e ajudam imenso a dar contexto há história, e que história esta!
Esta é a história de um robot, ou antes, "uma" robot, que vai encalhar numa ilha, onde a única vida é a dos animais selvagens que lá habitam... E agora?
Será que um ser sem alma, sem sentimentos , programado para funções específicas vai conseguir sobreviver no meio da selva? E pode considerar-se sobreviver, se se trata apenas de um robot? Será que um robot, sendo apenas um robot, uma criação humana, metálica, electrónica, pode desenvolver sentimentos? Será que nos podemos apegar a objectos inanimados, ou neste caso, robóticos, que com a sua inteligência artificial, nos fazem sentir que estamos na presença de um ser semelhante a nós?

O que não faltam são séries, livros e filmes sobre este tema, até mesmo sobre a dominância robótica sobre os humanos... Eu não sei bem o que pensar sobre este assunto...

Que nós nos afeiçoamos a coisas, a objectos inanimados, disso não tenho dúvida. Hoje recebi um livro que eu aguardava com tanta ansiedade, que me agarrei a ele e quase chorei, até lhe fiz festas! Já fiquei de coração partido quando rasquei de sem querer uma peça de roupa que me tinha sido oferecida, ... tenho scrapbooks, livros com recordações que estimo imenso... tudo isto são objectos inanimados, no entanto, tenho-lhes estima, carinho e até amor...

Nos anos 90, era eu miúda, a minha mão ofereceu-me um boneco robótico, o Furby, uma brutal novidade naquela altura! Falava em inglês, eu tinha de tomar conta dele, ele dizia-me que tinha fome, tinha de lhe dar de comer, que tinha sono, tinha de o meter a dormir, era a loucura.! E eu tive-lhe uma estima tão grande, que foi o nome que eu dei ao nosso yorkshire terrier! Que quando era pequeno, tinha a cabeça muito pequena e orelhas muito grandes, o cão mais fofinho e querido do mundo inteiro, mas quando lhe tentávamos lavar os dentes, transformava-num num gremlin autêntico! O nome serviu-lhe que nem uma luva e ainda hoje é o nosso Furby!
E quantos de nós, geração anos 90, não chorámos quando o nosso tamagotchi morria? O verdadeiro cuidado, amor e carinho que lhe dávamos?

Que nós, humanos, temos uma capacidade de afecto multidirecional, não tenho dúvidas, que os animais também o têm, ainda menos dúvidas tenho, até têm mais do que muitos humanos!! Mas... e os robots? E a inteligência artificial?
Esta história não é apenas uma história juvenil, é um debate filosófico, sobre estigmas, rejeição, bulliyng, amizade, família, coragem, força de vontade, instinto de sobrevivência, compreensão, cooperação, entreajuda, é uma história sobre o mundo real, sobre a realidade da vida, e da morte...

Quando a Roz, o nome da robot, aprende a linguagem dos animais e a capacidade de os compreender, a história atinge dimensões de enorme reflexão. Os animais, que são caracterizados com pensamentos e atitudes típicas humanas, inocentes e ingénuos, fora um ou outro animal mais velho e sábio, é maravilhoso nos depararmos sobre temos sociais e da nossa actualidade através do ponto de vista animal, como é o caso, por exemplo, do aquecimento global...

Este livro não é só uma história, é um ensinamento, é uma lição de vida, é uma delícia emocional, uma ferramenta de introspecção, ...

Todos nós somos criados para quê? Qual o nosso propósito? Em que somos bons, e como podemos usar as nossas capacidades para ajudarmos os outros, para mudar o mundo? Ou não podendo mudar todo o mundo, mudar o nosso mundo e o mundo daqueles à nossa volta?

Por sermos diferentes, estamos condenados à solidão, ou há sempre quem veja o melhor de nós, nos aceite e compreenda, e dai nasce a verdadeira amizade, o verdadeiro amor incondicional?

Temos de aprender a ver para além das diferenças, do estigma, dos estereótipos, das primeiras impressões que podem apenas impressões mal tiradas, dar uma oportunidade a todos para mostrarem aquilo que são, aquilo que valem...

Um livro maravilhoso!
👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

Comentários

  1. Não conhecia o livro, mas parece-me muito interessante por abordar temas e valores importantes para todos nós (jovens e menos jovens).

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    1. Sem dúvida, é um livro lindo, intenso, culto e inspirador.... Se ao menos na minha infância tivesse havido livros assim....

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  2. Este não conheço mas deve ser interessante!

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  3. Emoção ao rubro, deixas-me sem palavras, o que descreveste é tão intenso, revi-me em tantos aspectos, parece-me um livro brilhante, para despertar corações,emoções...
    Inspiração é sempre necessária em todas as idades e acima de tudo reflexão, algo que no mundo louco e acelerado em que habitamos, poucos são os que o fazem. E o amor onde anda?
    Sim eu também tenho amor por objectos inanimados dos quais jamais me conseguiria libertar...

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    1. Oh, Tina, este livro é a tua cara, a sério, vais adorar! :D

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  4. Respostas
    1. É mesmo, de profunda introspecção e aprendizagem emocional! :D

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