Opinião: Amar-te à Meia-Noite | Trish Cook

SINOPSE: Katie Price tem 17 anos e não pode sair de casa durante o dia. Sofre de uma doença rara, que transforma cada raio de sol numa arma letal. Mas tudo muda quando, uma noite, sai de casa para tocar guitarra na plataforma da estação de comboios e conhece Charlie. Antes de a noite terminar, Katie apaixona-se, mas não conta o seu segredo a Charlie. Quer viver a sua história de amor perfeita, antes de enfrentar a dura realidade.Perdida no seu romance de verão noturno, Katie sabe que o amor a guiará.


Este é um livro com uma escrita muito simples e fluída, daqueles livros que se lê num ápice, quase sem dar-mos por isso... É um livro igual a tantos outros, e até chega a ser algo cliché: adolescentes/jovem adultos, finalistas do secundário, a rapariga com uma doença rara, fechada em casa, o rapaz mais giro e popular da escola de quem ela gosta, a melhor amiga maria-rapaz, cheia de personalidade, o grupinho de barbies "venenosas" snobes da escola, romance jovem e fresco, primeiros amores, primeiros beijos, auto-descobertas e aventura, ... Muito estilo americano.

Até aqui, nada de novo, no entanto a forma como está escrito, cheio de sentimento, a forma como são descritas as emoções, é simplesmente intenso e comovente... Até eu, que não sou dada a lamechices, suspirei um pouco ao ler este romance, e senti saudades de quando me conseguia apaixonar e sentir-me daquela maneira... Comecei a perder-me em pensamentos sobre a vida e o tempo perdido... Mas terá sido mesmo tempo perdido? Aproveitei o melhor que consegui, mas podia ter aproveitado melhor? E, tal como é referido no livro, nas crises existênciais de Katie e de Charlie: agora que a vida não correu como era esperado, o que é suposto fazer? Que caminho seguir?

Temos de ser fortes, sempre e nunca desistir, nunca deixar de acreditar, nunca perder a esperança! Mas às vezes, é tão difícil... Tão, mas tão difícil...

Recear o nascer do sol? Recear o sol? Eu adoro o sol! Adoro luz! Adoro o calor do sol sobre o corpo, adoro o amanhecer, e os humanos precisam de sol, o próprio sol é uma vitamina importante para nós, isso ser-nos retirado à nascença... é duro, é indescritível... Este livro deixou-me imensamente consciente de uma condição genética que eu não conhecia. Conhecia a Porfiria, resumindo: a "doença dos vampiros", que na idade média (e até em anos mais recentes), tal como muitas outras doenças que a ciência não explicava na altura, quem desta doença padecia, devido à palidez, forte sensibilidade ao sol, anemia, e devido ao facto de que beber sangue ou comer carne crua ajudava no alívio dos sintomas, levavam a população a considerarem estes doentes como vampiros ou demónios, à discriminação e até mesmo ao homicídio, ... E esta doença, Xeroderma Pigmentoso (XP) é igualmente debilitante e traumatizante...

E ainda há mais: o que faríamos se nos apaixonássemos por alguém nestas condições, e que a qualquer altura poderia partir?

"Mais vale amar e perder, do que nunca ter amado"... William Shakespeare

Talvez Shakespeare tenha razão, mas como podemos viver depois de termos conhecido a nossa alma gémea, e ter sempre presente no pensamento que aquele preciso momento pode ser o último??

O que faríamos se soubéssemos que tínhamos os dias contados? Que devido a uma condição genética, a qualquer altura poderíamos deixar de existir, e ter de viver sempre com isso presente no pensamento? O que seria mais importante na nossa vida? De que forma deixaríamos a nossa "marca"? Quereríamos sequer deixar a nossa marca? Ou simplesmente desistíamos de viver a vida? É arrepiante de imaginar, e isto é uma realidade constante à nossa volta, nas nossas vidas, nas vidas de quem nos rodeia, não é só fantasia num romance... Há muitas pessoas com esta e outras condições, que além de impossibilitar viver uma vida "normal", o pouco de vida que têm é limitado...  No entanto, há pessoas que mesmo assim, se agarram com toda a força à vida, com um sorriso nos lábios, e tentam fazer a diferença! E como eu as adoro, as dos livros, mas muito mais as da vida real!! ❤ Como me inspiram!
A dar valor ao que tenho, e a lutar para conquistar o que ainda não tenho e desejo!

Afinal, o que é realmente importante na vida?

Este livro explora estas coisas, sempre no ponto de vista de Katie, que é uma personagem maravilhosa e inspiradora...

Este é um pequeno livro muito intenso, de jovens que só agora estão a despertar para a vida e a aprender sobre o que significa viver, é um livro cheio de emoção, amor, amizade, música, que recomendo sem reservas e agora... vou já, já, de imediato, ver o filme!

Amor vincit omnia
O amor vence tudo

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

Comentários

  1. A tua opinião é arrepiante, adorei, deixaste-me sem palavras ;)

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    1. Oh, obrigada Tina!! Nem imaginas o importante que é para mim, tão, mas tão importante, que as minhas opiniões sejam valorizadas! ❤

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