Entrevista | Miguel Correia


Quando e Como nasceu "As Crónicas dos Tugas?" 
Muito timidamente, a primeira crónica foi publicada a 4 de Dezembro de 2013. Na altura tratou-se de uma simples publicação, no Facebook, com uma pequena brincadeira envolvendo um slogan de campanha eleitoral. Dias depois voltei a repetir a mesma fórmula: uma nova publicação sobre um slogan comercial desajustado. A recepção dos amigos foi espectacular! Fizeram-me pensar que, realmente, até podia ter jeito para escrever!

Sempre sonhou em ser escritor, ou como acabou por acontecer?
Nunca sonhei. Aliás, ainda hoje, tenho dificuldade em aceitar esse título. Encaro a escrita como um passatempo. Sou um indivíduo que juntou uns textos, contratou uma editora e viu o seu trabalho nascer em livro, a troco de alguns euritos. Infelizmente, é este o panorama actual para quem se quer aventurar no mercado literário e não tem nome comercial. Contudo, é algo que me completa, diverte e ajuda a combater o marasmo da vida quotidiana: trabalho, casa, trabalho.

O que sente em relação aos seus livros? E o que sente quando alguém fala deles ou quando os vê expostos em algum lado?
É algo indescritível! Sempre fui muito céptico em relação ao meu trabalho. Talvez como forma de defesa tenho as expectativas muito baixas. Mas, durante alguns meses, pude encontrar o livro nas prateleiras das grandes lojas livreiras. E, de vez em quando (à socapa do segurança) aproveitava para contar os livros que estavam lá. Tudo para acompanhar as vendas, claro!
É óbvio que uma grande partilha, comentários e ajuda dos amigos mais chegados seria uma grande forma de conseguir divulgar o livro e atingir novos horizontes. Este seria o cenário ideal. Mas não. Alguns recusam-se a ler o livro (mesmo assim criticam!). Nem sequer algumas crónicas – disponibilizadas gratuitamente – nas redes sociais. Posso dizer que os meus leitores são muito caseiros: Ficam em casa nas apresentações e qualquer evento que eu resolva criar. Comentários acerca do livro... nem por isso. Anda tudo envergonhado.

Prefere escrever em papel, no computador ou é indiferente?
A minha preferência recai no computador. Facto bem comprovado por todos os que receberam a minha dedicatória no livro. Acho que alguns, ainda hoje, não conseguem ler o que lhes escrevi. Por vezes escapa mas maldita caligrafia…

Sonha com o que escreve ou escreve com o que sonha? 
Tratando-se de crónicas humorísticas, bizarras e, acima de tudo verídicas, basta estar atento à realidade que me rodeia. E, acreditem que há tanta coisa caricata nos nossos dias! Mas certamente, gostava que a minha escrita pudesse influenciar (para melhor) a nossa reputação nacional! Isso sim, caramba, é um sonho!

Uma história divertida que tenha acontecido desde que publicou o livro ou relacionado com o livro: 
A melhor apresentação que consegui foi em Vila Nova Gaia. No “El Corte Inglés”. Um estabelecimento comercial de elevada reputação aceitar uma apresentação de um ilustre desconhecido é algo que ainda hoje me comove! (recordam-se da parte das expectativas baixas?). Estive horas diante do computador a preparar os textos, o alinhamento e tudo o que poderia acontecer. A hora chegou e fui para lá. Quando cheguei ao piso 6 (local apresentação) encarei com um cartaz gigante (quase do meu tamanho) e uma equipa técnica destacada para mim. Que maravilha! Tudo correu bem até ao momento que abri a mochila e constatei que as crónicas, alinhamento e demais anotações tinham ficado esquecidas em casa. Então, o improviso foi o grande recurso salvador da tarde!

O que o inspira a escrever? 
A reacção das pessoas. Saber que posso contribuir para (tentar) mudar algumas mentalidades e que, certamente, muitos se identificam com as minhas crónicas. Por mim é fantástico saber que (pelo menos duas ou três pessoas) gostam de ler aquilo que escrevo! Tudo o que faço é por quem vai – com muita pachorra – seguindo o meu trabalho!

Filme, música, livro e escritor preferidos?
  •     Filme: “Os Condenados de Shawshank” (Tim Robbins e Morgan Freeman)
  •     Música: “Pink Floyd”
  •     Escritor: “Stephen King”
Está a ler algum livro neste momento? Qual?
“Meu pai, um general sem medo” de Iva Delgado. (Caminho)

Frase/citação preferida:
«"And all you touch and all you see, is all your life will ever be"» (Pink Floyd)

Qual considera ser a importância das bibliotecas públicas na nossa sociedade? 
Deveriam ser um espaço de cultura aberta à sociedade. Com o intuito de promover grandes autores e, também, os autores locais ou limítrofes. Verifica-se, felizmente, em várias localidades. Mas, há locais onde a burocracia e interesses instalados predominam impossibilitando a divulgação. É fundamental combater estes “vícios maus”!

Costuma frequentar a sua biblioteca? E requisitar livros? 
Não sou frequentador assíduo da “Biblioteca Florbela Espanca”, Matosinhos. Quando tenho de realizar alguma pesquisa faço-a localmente. Penso que nunca requisitei um livro.

Quais os seus planos futuros, a nível de escrita? 
O (pouco) feedback recebido dá-me vontade de lançar um segundo livro dos “Tugas”. Tenho vindo a escrever, regularmente, para jornais e tenho material para o lançamento. Mas ainda quero mais! Quero um novo livro maior e melhor que o que já lancei!

Alguma coisa sobre si que as pessoas ficassem surpreendidas em saber? 
Penso que não. Infelizmente não há esqueletos no armário. Se calhar vou ter de arranjar algum para conseguir ser famoso e vender às revistas rosa!

Como e onde os leitores podem descobrir mais sobre si e sobre o seu trabalho? 
Há o blogue (www.cronicatugas.blogspot.pt) onde podem encontrar tudo sobre o livro. As crónicas, as apresentações, as ligações ao YouTube, etc. É a “menina dos meus olhos”. Há o Facebook (www.facebook.com/cronicatugas) e a página autor (www.facebook.com/xor.correia). Há uma rubrica radiofónica semanal na “Rádio Matosinhos Online”. Todas as Quintas-feiras, a partir das 21:00 horas. Um programa de Carla Ribeiro. As crónicas são lidas pelo Ivo Ribeiro. Por fim, a imprensa: “Jornal MaiaHoje”, “Jornal O Matosinhense” (papel). “Jornal Etc e Tal” (online).

Algum conselho para aqueles que querem ser escritores e/ou já o são? 
Muita persistência e paciência! Nunca, repito, nunca desanimar! Quando acreditamos no nosso trabalho é importante tentar divulgar até ao número máximo de pessoas. Certamente, nos nossos dias de consumo imediato, a sociedade é obrigada a comprar o que as televisões e rádios vendem. Não há tempo (nem vontade) para descobrir outras coisas. A importância do nome sonante! Mesmo ao nível das editoras! Os seus esforços variam conforme o “status quo” do autor! Mas continuar a escrever e a publicar. Enquanto tiver uma pessoa a ler o que escrevo continuarei com mesmo entusiasmo e carinho que para uma centena ou milhar.
Obrigada Miguel! :D

E então, o que acharam desta entrevista? ;)

Comentários

  1. Desejo, sinceramente, os maiores sucessos para o teu projecto.
    Foi com enorme prazer que respondi às tuas perguntas e, espero, que esteja à altura dos teus leitores!
    Um enorme obrigado pela tua ajuda na divulgação deste livro!

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  2. Os tugas dão pano para mangas :) e é bom que se escreva sobre nós. Faço votos dos maiores sucessos ao autor.

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