Opinião: Frágil | Jodi Picoult

SINOPSE: Willow, a linda, muito desejada e adorada filha de Charlotte O’Keefe, nasceu com osteogénese imperfeita - uma forma grave de fragilidade óssea. Se escorregar e cair pode partir as duas pernas, e passar seis meses enfiada num colete de gesso. Depois de vários anos a tratar de Willow, a família enfrenta graves problemas financeiros. É então que é sugerida a Charlotte uma solução. Ela pode processar a obstetra por negligência - por não ter diagnosticado a doença de Willow numa fase inicial da gravidez, quando ainda fosse possível abortar. A indemnização poderia assegurar o futuro de Willow. Mas isso implica que Charlotte tem de processar a sua melhor amiga. E declarar perante o tribunal que preferia que Willow não tivesse nascido...


Sem dúvida de que fiquei agarrada à história, mas daquela forma em que pensamos: "Agora tenho de saber como acaba!" mais do que pelo fascínio ou gosto da leitura em si.

Fiquei desiludida com o desenrolar de tudo e com o final, não encontrei o sentido para tal. Talvez a falha esteja em mim e haja um sentido para tudo, mas eu não o encontro. Achei que contém bastantes coisas desnecessárias, achei o desenrolar confuso, não gostei de nenhuma personagem em particular, até posso dizer que não gostei mesmo de nenhuma.

Achei a pequena Willow engraçada, inteligente, cativante, mas foi a única da qual estive perto e sentir algum tipo de proximidade e afecto. Não pela sua condição, mas pela personalidade e inteligência. De resto descarto todas as outras personagens.

Nos outros livros que já li de Jodi Picoult, apreciei algumas personagens e vi-me verdadeiramente embrenhada e a desfrutar da história. Com este livro tentei parar diversas vezes a meio e começar outros livros, mas acabei sempre por me deixar levar pela curiosidade, e apenas isso fez com que terminasse o livro. E até li depressa, pois Jodi tem uma escrita fluída fantástica, mas só por isso. Agora que terminei, teria passado bem sem ele.

Neste livro não senti, como senti nos outros livros que li da autora, uma proximidade e intimidade com as personagens, perder-me no desenrolar da história, basicamente a sensação de que conhecemos as personagens e as suas histórias, de cada um em particular, não senti isso. Este livro foca-se mais no presente, no que acontece, no que sentem naquele momento do que em abranger em maior escala e explorar cada personagem mais intimamente. Entendo a mensagem que ela quis passar no livro, mas pessoalmente não apreciei a forma como o fez.

Fiquei com a sensação de que não aprendi nada, tirando, claro, ficar a conhecer algumas bases e factos sobre OI (osteogénese imperfeita), e adorei os factos curiosos e de cultura geral de que eu própria estou sempre a ler e gosto de saber, coisas que podem pensar ser insignificantes, por exemplo, que o tamanho do nosso polegar tem precisamente a medida do nosso nariz ou vice versa, mas eu adoro saber essas coisas e a Willow também, e isso gostei muito, por isso ela realmente ser a melhor personagem do livro (mas mesmo assim ter atitudes e uma personalidade que não me cativa por ai além), mas fora isso.... Nada... Para mim foi ler palha, mas ler sempre com a esperança que ao virar da folha fosse tornar-se fascinante e acontecer algo ou desvendar mistérios ou acontecimentos passados intrigantes... Não considero que tenha acontecido isso.

As personagens quase todas, especialmente (e de forma que eu não suportei mesmo!) a irmã de Willow, credo... Estão sempre todas: coitadinha de mim por isto, coitado de mim por aquilo, coitada dela por isto, coitado dele por aquilo... Um bando de desgraçadinhos com personalidades pobremente exploradas. E a única que nunca se queixava era a que mais sofria (!!), se bem que lá está as temáticas "pano para mangas" que podemos debater nos livros dela, neste caso, por exemplo: sofre mais quem está doente e vive limitado e só por espirrar pode provocar facturas ou de quem tem de viver com o medo constante de que isso aconteça e ver quem amamos sofrer??... Mas isso tudo e mais poderia ter sido muito melhor explorado, sem ser de forma tão sufocante, repetitiva e maçadora como foi, ao contrário dos outros que já li até agora.

Tanto que o achei muito enfadonho especialmente quase até meio quando basicamente eles estão sempre a: vira o disco e toca o mesmo. Eu percebi logo à primeira a subjectividade do assunto! Não é preciso estar sempre a clicar na mesma tecla!

Tal como em todos os livros que li de Jodi e que me deu a entender que os outros também são assim, ela explora temas que dão muito pano para mangas, que é tudo muito relativo, como já comentei nos livros anteriores. Mas neste caso insiste demasiado no assunto e vitimiza toda a gente de uma forma sufocante e maçadora...

Esperava muito, muito melhor....
👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

Comentários

  1. Já li este livro há alguns anos, e apesar de já não me lembrar de muita coisa, na altura gostei bastante.
    Lembro-me do final, também não gostei muito. Adoro a autora, mas por vezes os finais dos seus livros são demasiado tristes, dramáticos sem nenhuma razão em particular.
    Talvez um dia venha a reler e depois voltamos a falar :)

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    1. Anda a acontecer-me com alguma frequência pessoas que dizem: "Adorei este livro!" e eu vou a ler e... "nhaaa"...
      ADOREI mesmo os outros dela, mas este não foi mesmo nada dentro do meu gosto :/
      Sim, se releres depois diz algo ;)

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  2. eu gostei deste livro, chorei imenso o que até não é normal...

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    1. Sério? Quer dizer que esta história te tocou de uma forma em especial :)
      A mim esta em específico dela pouco me disse, tocou-me mais o "19 minutos".

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  3. Respostas
    1. Fantástica, intensa, apelativa, chocante, incrível mesmo :)

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  4. Os livros, de facto, podem tocar as pessoas de forma diferente. E de um(a) autor(a) pode haver um dos seus livros que nos foi especial e outro que pouco nos disse. Achei curioso o pormenor do polegar/nariz (não fazia ideia...mas já fui ao espelho e bateu certo) :)

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