Opinião: De Amor e Sangue | Lesley Pearse

SINOPSE: Somerset, 1836. A recém-nascida Hope é a prova viva do adultério da mãe, a aristocrata Lady Harvey. A sua chegada a este mundo não é festejada e as lágrimas em seu redor não são de alegria. Imediatamente arrancada àquele meio privilegiado e entregue nas mãos dos Renton, uma família pobre mas acolhedora, Hope cresce sem saber a verdade sobre as suas origens. E quando chega o dia em que também ela tem de começar a contribuir para o sustento da família, é precisamente para os Harvey que trabalha. Deslumbrada perante a mansão luxuosa, a elegância dos seus patrões e a beleza que os rodeia, Hope enfrenta com brio e gratidão a extenuante rotina de trabalho. Mas a descoberta de uma ligação proibida vai lançá-la sozinha para as ruas, para uma vida de miséria e solidão. É na adversidade, porém, que descobre uma força interior que desconhecia, bem como um talento para ajudar os mais fracos. Trata-se de um dom que não passa despercebido ao Dr. Bennett, que a leva consigo para a Crimeia, para ajudar a tratar dos feridos vindos dos sangrentos campos de batalha. Mas os segredos do passado teimam em vir ao de cima, e Hope tem ainda um longo caminho a percorrer na tentativa de enfrentar o legado do seu nascimento.


Uma das coisas que mais adoro nos livros de Lesley Pearse é como ela não se foca apenas numa personagem, mas em várias personagens, explora-as bem, ficamos a conhecer intimamente a vida e história de várias, como depois as vidas e histórias se entrelaçam, como se conhecem, os mistérios do destino, a descrição dos horrores, das misérias, da realidade da vida, mas também da alegria, do amor, da esperança e especialmente e o que mais adoro é as personagens femininas que são tão fortes, tão corajosas, que aguentam coisas que nem muitos homens jamais aguentariam, personalidades fascinantes e é incrível...

É incrível como quando  entramos num livro dela as personagens passam a fazer parte da nossa vida, dos nossos pensamentos, no meu caso até chego a sonhar com a história, e quando o livro acaba é como se me tivesse que despedir de amigos e família...

Outra coisa pela qual adoro tanto os livros dela é ela basear sempre as histórias em factos reais, acontecimentos reais, em história, investigar como eram as coisas, o que aconteceu mesmo e retratar como era a vida naquela altura de forma tão vivida que parece que somos transportados para lá.

Não são livros de leitura leve e fácil. No entanto é incrível a velocidade com que eu os devoro. A maior parte são grandes calhamaços, há livros dela que já li que já cheguei a comprar quatro outros livros de outros autores ao lado e um de Lesley é maior que quatro juntos. E mais: não há momentos parados em tantas páginas. Há SEMPRE algo a acontecer, sempre. Desenvolve-se a um ritmo alucinante. Para mim, é viciante e é sem dúvida, e cada vez mais, uma das minhas autoras preferidas de todos os tempos, para não dizer, se pensar bem que é, neste momento, a minha autora preferida de todas.

Antes de ler este livro estava presa, mais uma vez num estado apático, em que pegava num livro, pousava, começava outro, pousava, começava outro, pousava.... Nenhum me cativava. Quando surgiu a oportunidade de ler este foi logo, automático. Agarrou-me completamente e não parei de pensar no livro o tempo todo e perdi-me completamente na leitura, como tanta falta me faz este "escape". E só Lesley Pearse o consegue, pois apesar de gostar de outras autoras mesmo muito, tal como Sveva Casati Modignani e Cecelia Ahern, cujas escritas também me prendem não é bem a mesma coisa. Adoro os livros de Sveva e Cecelia, mas pode acontecer, dependendo do meu estado de espírito conseguir pousar o livro várias vezes e ir lendo... Com os de Lesley mesmo que o tente fazer, até mesmo para "poupar" a leitura para durar mais tempo, não consigo. E neste momento da minha vida é só com Lesley que isso acontece...

Mais um livro de Lesley mostra como é a vida dos ricos ao extremo e dos pobres ao extremo e o que está pelo meio... Mas ela foca-se sempre mais no que os pobres passavam, como era as suas vidas e achei mesmo triste ler certas coisas como esperarem que no futuro fosse melhor... Que as mulheres tivessem mais valor, que as guerras acabassem, que os homens não continuassem a ter direito a tudo e as mulheres a nada... E apesar ter havido, felizmente, MUITAS mudanças, é incrível como em certos aspectos do futuro em que vivemos actualmente, ainda tanta coisa continua igual... E se essas pessoas que viveram nesse tempo vissem o que continua a acontecer em 2015, a fome, a miséria, as guerras, o terrorismo, a descriminação, o racismo, tudo... Ficariam tremendamente infelizes e perguntariam: "Lutámos para que?". Ainda hoje... Lutamos pelo quê? Sofremos pelo quê? E há ainda tanta miséria porquê?

As voltas que a vida dá. Os mistérios do destino. As encruzilhadas da vida. É incrível a quantidade de acontecimentos e emoções que se encontram em cada página... Como cada personagem tem a sua própria personalidade. Os acontecimentos inesperados... É de tirar o fôlego. E além de nos ligarmos a estas personagens, ainda ficamos a saber como era a vida naquele tempo e o que de facto aconteceu e como... Pelo menos como está estudado e documentado e é incrível como Lesley consegue pegar em todas as suas investigações e estudos e transformar em histórias incríveis, personagens inesquecíveis, e nos transportar para aquele mundo, como se ela mesmo lá tivesse estado e nos tivesse a relatar coisas e pessoas que viu e conheceu com os próprios olhos...

Fascinante.
👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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